UNIDADE II – TÉCNICAS DE CAPTURA DE AVES

5. Armadilha tipo covo


As armadilhas do tipo covo, podem ser compreendidas como qualquer estrutura de tela com entradas em forma de funil e no seu interior se coloca algum atrativo (e.g. ceva, iscas) para a espécie-alvo. Devido à entrada ser em funil, as aves entram para se alimentar e não conseguem sair. A entrada ainda pode ser na forma de uma portinhola que abre somente para um lado, impedindo as aves de saírem. Cabe a você avaliar bem as entradas, a fim de dimensioná-las de acordo com a espécie que se deseja capturar. 

Para um aumento da eficiência a ceva é recomendada, usando palha de arroz ou milho para aquáticas ou carcaças para urubus. Pode-se deixar a armadilha com a lateral aberta nos primeiros dias para as aves se acostumarem com a estrutura. Também pode-se instalar desviadores (para direcionar as aves para a armadilha) e chamas, e.g. modelos de marrecas na água, para aumentar a eficiência da armadilha (Ibama, 1994).  

Para a captura de anatídeos e outras espécies aquáticas, a armadilha deve ser instalada em local de água rasa, onde as aves costumam se alimentar. Também é bastante utilizada para a captura de urubus. 





Armadilhas de laço (‘Bal-Chatri’)

Um tipo de armadilha de laço muito utilizada para captura de gaviões e corujas é a armadilha Bal-Chatri (Berger; Mueller 1959), devido a sua praticidade e eficiência. Consiste na utilização de gaiolas de ferro cercadas de laços de nylon com nós corrediços. Dentro delas são colocadas iscas vivas (camundongos, pintinhos, aves exóticas etc.) para atrair o predador. A malha da tela da armadilha deve ser pequena para evitar a fuga da presa e protegê-la das garras e bico do predador. Ao tentar capturar a isca, a ave acaba por prender-se nos laços da gaiola. 


Fonte: https://modernfalconry.com/mfe/index.php?route=product/product&product_id=30 

O tamanho da armadilha, dos laços e o diâmetro dos fios (0,35 a 0,60 mm) serão proporcionais ao tamanho da ave a ser capturada. As armadilhas de laço menores e mais leves devem ter um peso amarrado a um cordão para funcionar como uma âncora, evitando que o indivíduo capturado arraste ou carregue a armadilha.  

Assista o vídeo Capturando gaviões com Bal-Chatri para compreender melhor o funcionamento desse tipo de armadilha.



Outros tipos de armadilhas e capturas

Em determinadas situações, você perceberá a necessidade da utilização de outros tipos de armadilhas e equipamentos para captura de aves, a exemplo de arapucas, alçapões, puçás, e mesmo a captura manual. Capturas manuais são bastante utilizadas para filhotes no ninho ou aves coloniais que fazem ninhos no solo. Por vezes, técnicas de escalada e utilização de equipamentos específicos para este fim serão necessários e, para isso você deverá ter treinamento específico ou demandar ajuda de profissionais habilitados.


Lembre-se sempre da sua segurança e das aves! Importante ressaltar que você deverá tomar todas as precauções para evitar injúrias aos indivíduos ou mesmo o pisoteio e destruição de ninhos, seja em colônias ou isolados, bem como realizar o manuseio e anilhamento dos filhotes no menor tempo possível.  



Aprendemos nesta unidade sobre diferentes métodos e instrumentos para captura de aves silvestres para estudos científicos.





Agora que você já conhece as principais técnicas de captura, vamos aprender como conter e transportar as aves.