UNIDADE II – TÉCNICAS DE CAPTURA DE AVES
2. Capturando sua atenção
Atualmente existem diferentes métodos de captura de aves disponíveis para os ornitólogos em campo, muitos dos quais derivados dos métodos de caça. Lembra que falamos brevemente sobre a importância de sua escolha na unidade 1?
Agora vamos conhecê-los. Yamashita (1996) fez uma boa revisão de vários métodos de captura presentes no Brasil, resgatando importantes conhecimentos indígenas, além das influências europeias.
No próximo tópico serão descritos alguns tipos de técnicas e armadilhas empregados na captura de aves para anilhamento.
Uma sugestão de bibliografia sobre o assunto é o livro “Bird Trapping and Bird Banding” de Hans Bub (1991).
O livro traz detalhes das técnicas com descrições de construção e funcionamento de, diferentes métodos de captura de aves usados em todo o mundo. Você poderá encontrar outras referências. bibliográficas ao final desta Unidade.
As armadilhas são diferentes petrechos que servem para capturar organismos e geralmente se baseiam em princípios simples, desenvolvidos a partir da observação do comportamento das espécies-alvo. Cada método tem seu custo, suas vantagens e certas desvantagens.
Ao escolher um dos métodos, você deve considerar as espécies-alvo, os objetivos da pesquisa e realizar uma avaliação sobre a sua experiência na utilização do método ou o tempo necessário para adquiri-la, empregando o método da forma mais segura para as aves e para si mesmo.
As redes de neblina, ou redes ornitológicas, são utilizadas por caçadores no Japão há mais de trezentos anos, possivelmente tendo sido introduzidas naquele país pelos chineses. O uso das redes de neblina se popularizou a partir do artigo publicado por Austin em 1947, onde descreveu e relatou sua eficiência na captura de aves silvestres.
As redes de neblina são superiores a outros métodos, como você verá em campo: elas são mais práticas e versáteis, eficientes, seguras e permitem a captura de uma grande variedade de espécies, e podem ser utilizadas em diversos ambientes.
Redes ornitológicas instaladas em distintos ambientes.
Fonte: Acervo do CEMAVE.
Representação das redes de neblina com terminologia
O tamanho da malha é tomado esticando-se dois nós diagonais vizinhos e medindo a distância entre eles com régua ou paquímetro, podendo ser encontradas redes com malhas de 20 a 100 mm ou mais.
A escolha do tamanho da malha depende do tamanho das espécies-alvo de captura. Para beija-flores e outras aves pequenas, deve-se utilizar redes com malhas de 24 a 30 mm, enquanto para a maioria dos Passeriformes as redes de 32 a 44 mm são as mais recomendadas. Para aves maiores, recomenda-se o uso de malhas acima de 60 mm. Embora haja variações tanto na altura, que pode ser de 1,0 a 4,0 m, como no comprimento, que vai de 2 a 21 m, as redes mais utilizadas são aquelas de 12 x 2,5 m ou 12 x 3,0 m.
Ilustração de como se realiza a medida da malha da rede
Fonte: dos autores.
Aproveite esse contato inicial com o assunto e assista aos vídeos sobre o uso de redes de neblina para amostragem de aves e do curso CEMAVE;