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Unidades De Conservação Como Fornecedoras De Serviços Ambientais

As unidades de conservação, além de contribuir para a proteção da biodiversidade, são também fornecedoras de uma série de benefícios para as pessoas. Estes benefícios, conhecidos como serviços ecossistêmicos ou serviços ambientais, passam despercebidos para muitos, inclusive para alguns economistas, gestores e tomadores de decisão. O estudo destes serviços ambientais faz, portanto, parte de uma estratégia que busca evidenciá-los, fazendo com que sejam levados em conta nos estudos de viabilidade de empreendimentos que tragam impactos ao meio ambiente. Neste sentido, esta pesquisa busca analisar o potencial de fornecimento de serviços ambientais pela Reserva Biológica de Saltinho, unidade de conservação federal sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com área de 548 ha e localizada no município de Tamandaré-PE. A análise foi realizada focando em três tipos de serviços ambientais fornecidos por Saltinho: culturais, hídricos e de biodiversidade. Para os serviços culturais, o conhecimento dos serviços ambientais fornecidos por Saltinho, bem como a importância dada à reserva pelos usuários destes serviços, foram obtidos a partir da aplicação de entrevistas com alguns destes atores sociais, escolhidos entre os membros do conselho gestor da unidade e entre moradores do seu entorno; além disso, fez-se um levantamento do volume e características da visitação realizada na unidade. A partir das entrevistas, foi possível identificar uma gama considerável de serviços fornecidos pela unidade, bem como se constatou que é evidente para os usuários a importância de Saltinho como fornecedora de serviços ambientais; do levantamento da visitação, constatou-se que se trata de um volume de visitantes considerável, feito em sua maioria por estudantes e pesquisadores provenientes de localidades situadas dentro e além da área de influência da reserva. Para a compreensão sobre os serviços hídricos, foram mapeadas e estudadas algumas das numerosas nascentes existentes na reserva, incluindo análise de qualidade das águas das nascentes, das vazões geradas e do estado de conservação destes mananciais, do que se concluiu que são nascentes muito bem preservadas, embora as variáveis indicadoras da qualidade destas águas nem sempre tenham atingido os padrões desejáveis de potabilidade; ainda dentro do estudo dos serviços hídricos, foi analisado também o abastecimento de água para o município de Tamandaré garantido pelos açudes também existentes na unidade, deixando clara a importância destes recursos para a sustentabilidade hídrica daquele município. E, finalmente, a importância da biodiversidade da unidade foi avaliada a partir de um levantamento das pesquisas científicas até então realizadas em Saltinho, tomando como referência o banco de dados do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade do ICMBio, constatando-se a considerável quantidade, variedade de temas e instituições de ensino superior envolvidas na geração de novos conhecimentos científicos sobre a biodiversidade existente na reserva. Desta pesquisa chegou-se à conclusão que a REBIO de Saltinho apresenta grande dimensão e importância, já que não só possibilita a conservação da biodiversidade contida em seus limites, mas também garante o bem-estar de muitos usuários dos serviços ambientais por ela fornecidos.

Ano de Publicação: 2014

Caracterização de paisagens marinhas de Unidades de Conservação Marinho-Costeiras no Brasil

Os métodos de seleção de áreas para a implementação de Unidades de Conservação e respectivos zoneamentos evoluíram ao longo do tempo, partindo de justificativas voltadas para as belezas cênicas e preservação de zonas de caça e atingindo atualmente a complexidade do Planejamento Sistemático para a Conservação. Considerando alvos mais claros de conservação através de processo no qual a transparência nas tomadas de decisão toma destaque, o mapeamento dos recursos ambientais é considerada parcela de grande importância nesse tipo de planejamento espacial.Dentre os recursos que podem ser elencados como alvos de conservação, a Paisagem Marinha (seascape) se destaca por representar geodiversidade e pela sua possível utilidade como Recurso Ambiental Substituto (surrogates), dentre uma infinidade de alvos de conservação passiveis de uso e representando, por vezes, uma grande complexidade de processamento de dados espaciais. Auxiliando nessa complexidade, Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) representam uma tecnologia necessária e que ao longo do tempo vem se desenvolvendo em paralelo a problemas associados ao uso do espaço.Na presente tese, realizaram-se trabalhos de mapeamento de características abióticas do fundo marinho de Unidades de Conservação Federais, (morfologia, natureza de fundo e zoneamento fótico), que combinados como camadas de referência, e na tentativa de adaptar método internacionalmente consagrado à realidade brasileira, deram origem a mapas de Paisagem Marinha dessas áreas. Ensaios de análise de Métricas de Paisagem compuseram parte dessa tese, aplicados sobre a paisagem total de três áreas, assim como sobre Unidades de Planejamento, que compartimentaram as áreas de estudo de forma a compara-las entre si. Agrupamentos por semelhanças foram testados, objetivando verificar a aplicabilidade do método para a diferenciação das áreas em função da Paisagem Marinha e sua aplicabilidade na gestão.Finalizando, contribuição ao zoneamento da APA Costa dos Corais foi elaborada através da aplicação do MARXAN, programa específico para uso em gestão espacial da conservação, onde a Paisagem Marinha foi utilizada como alvo de proteção e no qual a complexidade dessa paisagem compôs parte das simulações, influenciando os custos de manejo e os resultados finais alcançados. Resultados inéditos para essas áreas naturais demostraram a aplicabilidade do método, que se mostrou eficiente em caracterizar os ambientes marinhos estudados, fornecendo subsídios técnicos complementares para a gestão de Unidades de Conservação.

Palavras chave: Unidades de conservação. Zoneamento. Paisagem marinha. Tipo de fundo.morfologia de fundo. Zoneamentofótico. Marxan.

Ano de Publicação: 2016