A implementação de unidades de conservação tem se mostrado mundialmente uma estratégia de ordenamento da atividade pesqueira. Entretanto, para que se possa garantir a efetividade de uma UC, é importante que se disponha de um suporte robusto de dados ambientais, sociais e econômicos para o processo de tomada de decisão. Desta forma o objetivo do presente estudo consistiu em apresentar um sistema de indicadores, estruturados de modo a indicar prioridades e lacunas no ordenamento da atividade pesqueira praticada na Área de Proteção Ambiental Costa das Algas e Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz. No estudo realizou-se: (1) o levantamento, seleção e classificação dos indicadores passíveis de serem aplicados no estudo; (2) a aplicação dos indicadores selecionados para área de estudo; e (3) a classificação e avaliação da representatividade dos indicadores de acordo com o abordagem DPSIR. Foram analisados 85 indicadores relacionados à sustentabilidade da atividade pesqueira. Em relação ao critério de Eficiência, apenas 53% dos indicadores apresentaram nível de classificação significativo, o que reflete a carência de fontes de dados consistentes em nível local. Quanto aos critérios de Eficácia, Importância e Adequabilidade, todos indicadores apresentaram nível de classificação significativo superior a 80%. Na análise do modelo DPSIR identificou-se incremento populacional como o principal indutor responsável pelas pressões e mudanças que afetam atividade pesqueira localmente. O modelo sugere que a pesca praticada nas UCs é predominantemente costeira e de pequena escala, apresentando significativa vulnerabilidade a medidas de restrição, e que os esforços da sociedade, são insuficientes e pouco efetivos para resolução dos problemas relacionados ao ordenamento da atividade pesqueira. O sistema proposto, mostrou-se parcialmente adequado para o monitoramento inicial da atividade pesqueira praticada na APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz.