O problema abordado neste trabalho foi a introdução da gramínea exótica braquiária, Urochloa decumbens (Stapf) R. D. Webster (Poaceae), e o que isso impõe de obstáculo à regeneração natural das áreas antropizadas do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Foram realizados dois estudos numa Zona de Recuperação definida no plano de manejo. O primeiro consistiu na análise de imagens de satélite, desde o momento mais próximo antes da abertura da primeira clareira, até a imagem mais recente, para analisar os efeitos da introdução da espécie exótica na paisagem. O segundo estudo analisou o banco de sementes no fragmento florestal remanescente e na matriz de pastagem, a distâncias de 5, 20 e 100 metros da borda que separa esses dois ambientes. Os estudos mostraram que 36,9% da área foi transformada em pastagem, num desenho recortado, orientado pela topografia, expondo as florestas remanescentes ao efeito de borda em quase sua totalidade. Outro resultado indica que o banco de sementes é pobre, tanto na floresta, quanto na área de pastagem, comparando com estudos em outras fisionomias florestais. Além disso, foi identificada a presença de sementes viáveis de braquiária em amostras do fragmento florestal, a cinco e a vinte metros da borda. Dessa forma, conclui-se que a introdução da braquiária não só torna muito improvável a regeneração natural na área de estudo , como ainda, caso não sejam tomadas medidas para a restauração, tende a aumentar o processo de degradação da paisagem com o avanço da matriz de pastagem sobre os remanescentes florestais.