A imbuia (Ocotea porosa (Nees) Barroso - Lauraceae), espécie arbórea típica da
Floresta Ombrófila Mista, em função da grande exploração madeireira de que foi alvo e
da degradação de seus hábitats para expansão da fronteira agrícola, está incluída em
diversas listas de espécies ameaçadas. Estudos sobre a demografia de populações
arbóreas são considerados fundamentais para a compreensão dos mecanismos que
mantém a excepcional riqueza das florestas tropicais e conseqüentemente para subsidiar
programas de manejo e conservação das mesmas. Este estudo teve como objetivo
verificar se alterações em componentes ambientais, resultantes da degradação de hábitat
(tamanho e grau de isolamento do fragmento, percentual de cobertura do dossel,
densidade de caules e grau de perturbação) influenciam a estrutura de populações de
Ocotea porosa. Foram amostradas cinco populações nas porções centro-sul e leste do
estado do Paraná e avaliados aspectos demográficos relativos à densidade, à estrutura de
tamanho e às relações alométricas. Não foram encontradas relações entre as variáveis
ambientais e as densidades totais. As populações das cinco áreas apresentaram
diferenças na hierarquização dos indivíduos de acordo com altura e diâmetro da base o
que demonstra a ocorrência de diferentes estruturas de tamanho das populações.
Populações menos hierarquizadas foram verificadas em áreas com maior grau de
perturbação ou em pequeno fragmento. Foram verificadas também diferenças nas
relações alométricas entre altura e diâmetro, o que sugere que a forma dos indivíduos de
O. porosa pode ser alterada pela degradação do hábitat. Esse estudo demonstrou que
todas as populações estudadas apresentavam alterações nos parâmetros demográficos
em conseqüência da degradação do hábitat.