O turismo é um tema de gestão importante para muitas áreas protegidas e é uma das poucas atividades permitidas em algumas categorias de Unidade de Conservação (UC). Muitas vezes essas áreas de visitação são parques nacionais cujo objetivo é de fato o desenvolvimento de atividades de recreação em contato com a natureza e de ecoturismo. Esse trabalho avaliou o potencial que existe em um produto de turismo no Parque Nacional do Jaú no que se refere à atividade de observação de mamíferos aquáticos da Amazônia, especificamente para ariranha (Pteronura brasiliensis) e boto-vermelho (Inia geoffrensis). Elaborou-se um roteiro turístico baseando-se em recomendações existentes na literatura para a espécie e legislação pertinente à atividade turística para ariranha e boto-vermelho. Na coleta de dados utilizou formulários in loco e entrevistas semiestruturadas com turistas, barqueiros/guias de Novo Airão/AM e representantes do trade turístico de Manaus e Novo Airão. Foi levada em consideração a Disposição a Pagar (DAP) dos entrevistados. Foram entrevistadas 244 pessoas. Os resultados apontam que caso houvesse disponível no mercado turístico um passeio específico para ver mamíferos aquáticos (especificamente boto-vermelho e ariranha), 95% dos brasileiros e 84% dos estrangeiros entrevistados teriam interesse em participar. Cinquenta por cento dos entrevistados mostrou-se disposto a pagar entre R$101 e R$150 por pessoa, por dia de participação no produto proposto. Foram traçadas propostas relacionadas ao turismo com ariranha e boto-vermelho, levando em consideração Limite de Modificações Aceitáveis da atividade, modo de operação (concessão, permissão ou autorização), interpretação ambiental, e divulgação do produto. É importante que haja consenso entre todos os envolvidos para garantir a segurança do turista e o bem-estar animal, visando oferecer um produto turístico diferenciado na Amazônia Brasileira que possa atrair turistas de diversos países e diversas regiões do Brasil.