A interação e competição dos homens com outras espécies pelos recursos naturais tem resultado em perda de hábitats para as outras espécies e estima-se que entre 20% a 50% de todas as espécies existentes sejam extintas em 50 anos em decorrência de sua desvantagem competitiva (Barnosky et al. 2011). Outras evidências indicam uma taxa de extinção atual de 100 a 1000 vezes mais rápida que a taxa natural de extinção (Pimm et al. 1995), o que estaria encaminhando a Terra para o sexto evento de extinção em massa (Rahbek and Colwell 2011).
As consequências das perturbações antrópicas nos hábitats tropicais, que incluem grande parte dos biomas brasileiros, são particularmente obscuras. Nessas regiões, a biodiversidade é maior e a maioria das espécies ocorre em baixas densidades e possui áreas de vida menores (Rahbek and Colwell 2011). Esse contexto torna a avaliação da intensidade do processo de extinção e espécies por perdas de hábitats particularmente complexo, uma vez que, em um inventário rápido da biodiversidade local, provavelmente a primeira espécie a ser encontrada não estará longe de ser a última a ser extinta. Nesse sentido, algumas regiões, como a de ocorrência da savana brasileira conhecida como Cerrado, que ocupa uma grande área central no Brasil, tem merecido atenção especial devido, tanto a grande riqueza na fauna e flora, como ao intenso processo de conversão dos ambientes nativos e consequente perda de hábitats. Tal combinação de fatores resultou na classificação do Cerrado como um Hotspot. (...)