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Vegetation, climate and fire dynamics of Upper Montane Forest and Campos de Altitude during the Holocene in southeastern Brazil Dissertation For the award of the degree Doctor of Philosophy (Ph.D. Division of Mathematics and Natural Sciences) Of the Georg-August-University of Göttingen

Autores

Maria Carolina Guarinello de Oliveira Portes

Thesis committee Prof. Dr. Hermann Behling (Department of Palynology and Climate Dynamics / A.-v.- H. Institute for Plant Sciences) Prof. Dr. Erwin Bergmeier (Department of Vegetation and Phytodiversity Analysis/ A.- v.-H. Institute for Plant Sciences) Dr. Sonia Fontana (Department of Palynology and Climate Dynamics / A.-v.-H. Institute for Plant Sciences)


Ano de Publicação
2019
Categoria
PESQUISA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE
Descrição

Summary

The Atlantic Forest biome is well known as one of the mostly biodiversity regions on earth, hosting high species endemism and species/area ratio. It stretches around 1,300,000 km2 along the Brazilian coast between latitudes 3o and 33º S and longitudes 35o and 57º E. Due to the increase of human impact through the intensification of landuse and consequent broad landscape replacement along the centuries, only 10-15% of the Atlantic Forest biome remains in a natural or semi-natural state, being considered one of the most priority areas for conservation. It encompasses a wide variation of climates and geomorphologies, resulting in a complex mosaic of different ecosystems. Among them, the Araucaria forest, upper montane Atlantic rain forest (cloud forest) and the campos de altitude (high elevation grassland) occur on the Brazilian coastal highlands, which extends for about 1000 km parallel to the coastline from southern to southeastern Brazil. The Araucaria forest distribution is related to humid and relative cold climatic conditions, between 400 and 1400 m a.s.l. in southern Brazil and in smaller fragments at altitudes between 1400 and 1800 m a.s.l. in southeastern Brazil. Currently, it has been reduced to c. 7% of its original distribution. The upper montane Atlantic rain forest spread in the upper slopes of the Brazilian coastal highlands of southern and southeastern Brazil, normally above around 1100 m a.s.l. in the south and above around 1500 m a.s.l. in the southeast, mainly occupying the concavities and protected sites. The campos de altitude is a typical open vegetation, restricted to small areas on the summits of the higher peaks and plateaux. Palaeoecological studies demonstrated that, although the mosaic of these ecosystems has prevailed along the Holocene, the perpetuation of campos de altitude is very fragile. The grassland vegetation expands under colder and dry climate conditions and seems to be fire adapted suggesting that the current area of campos de altitude is larger than the modern climate alone would dictate, especially in warmer, lower elevation sites. Moreover, climate changes studies suggest a warmer and wetter climate during the 21st century which it is likely to intensify the upward movement of the Atlantic Forest at the expense of open ecosystems like the campos de altitude. In this research, the past and present relationship of the mosaic of campos de altitude and upper montane forests (Araucaria forest and upper montane Atlantic rain forest) are explored through palynological analyses. Foremost, the currently correlation between vegetation cover and pollen production was investigated. It was observed that arboreal taxa are over-represented in campos the altitude assemblage and that the campos de altitude pollen assemblage represents a much larger source area than the forest pollen assemblage, which is comprised of more local taxa. Afterwards, a record of the last almost 10,000 years was analysed. This study showed that, although upper montane forest taxa have been in the broader region of the study site throughout the Holocene, the forest vegetation has spread mostly in Late Holocene. Until around 1350 cal yr BP campos de altitude vegetation was much more widespread. Overall, the results demonstrated that increase in temperature and precipitation throughout the Holocene favoured the upward expansion of the forest. Furthermore, the research indicated that fire was presented before human arrival in southeastern Brazil, implying an adaptation of open vegetation to frequent fire. Latter, the dynamics of the vegetation on the last seven centuries was investigated. The outcomes revealed that anthropogenic disturbances such as fire, livestock grazing and logging have played a clear role in driving grassland-forest relationships in southeastern Brazilian highlands. Based on the outcomes of this research, the maintenance of the mosaic of forestgrassland in the current and projected climate trends depends on an active disturbance management and a changed in conservation focus from forest to non-forest habitats.


Resumo

O bioma Mata Atlântica é mundialmente reconhecido como uma das regiões de maior diversidade biológica do planeta, abrigando elevada riqueza de espécies e um elevado número de espécies endêmicas, se estendendo por cerca de 1.300.000 km2 ao longo da costa brasileira, entre as latitudes 3o e 33o S e longitudes 35o e 57o L. Como resultado do incremento das atividades humanas de uso da terra e, consequentemente, de ampla modificação da paisagem ao longo dos séculos, cerca de apenas 10-15% do bioma Mata Atlântica ainda se encontra em estado natural ou próximo ao natural, sendo considerados áreas prioritárias para conservação. Devido à grande variedade climática e geomorfológica, o bioma Mata Atlântica é um complexo mosaico de diferentes ecossistemas. Dentre estes, a floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Mista), a floresta nebular (Floresta Ombrófila Densa Altomontana) e os campos de altitude ocupam as médias e altas altitudes da Serra do Mar, que se estende por cerca de 1000 km paralela à costa, do sul ao sudeste brasileiro. A distribuição da floresta com Araucária está relacionada ao clima úmido e relativamente frio, entre 400 e 1400 m s.n.m. no sul do Brasil e em fragmentos menores entre as altitudes de 1400 a 1800 m s.n.m. no Sudeste. Atualmente, está reduzida a não mais do que 7% da sua distribuição original. A floresta nebular se estende nas encostas do alto da Serra do mar, normalmente acima de 1100 m s.n.m. no Sul e acima de 1500 m s.n.m. no sudeste do Brasil, nos pequenos vales e sítios protegidos. Os campos de altitude são uma vegetação tipicamente herbácea, restrita aos cumes e picos da serra e aos platôs mais elevados. Estudos paleoecológicos demonstraram que, apesar deste mosaico de ecossistemas ter persistido durante o Holoceno, a perpetuação dos campos de altitude é muito frágil. Como a vegetação campestre se expande em condições climáticas mais frias e secas e parece ser adaptada ao fogo, sugere-se que a presente área de campos de altitude é maior do que esperada sobre as condições climáticas atuais, especialmente em locais mais quentes em altitudes mais baixas. Além disso, estudos de mudanças climáticas preveem um clima mais quente e úmido durante o século 21, que provavelmente irá intensificar a migração da floresta atlântica para maiores altitudes, em detrimento da vegetação campestre. Nesta pesquisa, as relações passadas e presentes do mosaico de campos de altitude e florestas altomontanas (floresta com Araucária e floresta Atlântica nebular) são exploradas por meio de análises palinológicas. Inicialmente, foi investigada a correlação atual entre cobertura vegetal e produção de pólen. Observou-se que os taxa arbóreos são superestimados no conjunto de pólen de campos de altitude, constituindo uma área muito maior de captação de pólen do que no conjunto de pólen arbóreos. Sendo assim, o conjunto de pólen que caracteriza a vegetação de campos de altitude apresenta uma grande proporção de taxa de vegetação arbórea. Posteriormente, um sedimento de quase 10.000 anos foi analisado, demonstrando que, apesar dos taxa representantes da floresta altomontana estarem presentes na região de estudo durante todo o Holoceno, a vegetação florestal expandiu majoritariamente durante o Holoceno Tardio. Até cerca de 1350 cal a AP, a vegetação de campos de altitude ocupava áreas mais extensas. Em geral, os resultados demonstraram que o aumento de temperatura e precipitação ao longo do Holoceno favoreceram a migração da floresta para altitudes mais elevadas. Além disso, a pesquisa indicou que o fogo já estava presente na região antes da chegada dos primeiros humanos no Sudeste do Brasil, implicando na adaptação da vegetação campestre ao fogo. Por último analisou-se a dinâmica da vegetação nos últimos sete séculos. Os resultados indicaram que interferências antropogênicas como fogo, pastoreio e exploração madeireira desempenharam um importante papel na relação campos-floresta na Serra do Mar do Sudeste do Brasil. Com base nestes estudos, sugere-se que a manutenção do mosaico de campos de altitude e floresta no clima presente e futuro depende tanto de um manejo ativo quanto da mudança de foco da conservação de ambientes florestais para ambientes campestres.

Tipo de publicação
Trabalho acadêmico (TCCs, dissertações, teses e trabalhos científicos apresentados em congressos e cursos)
Local da publicação
Göttingen - Germany
Nº da edição ou volume
Editora
University of Göttingen
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