Walter Steenbock, Rodrigo Pereira Medeiros, organizadores
L. Bunce, P. Townsley, R. Pomeroy, R. Pollnac. Com contribuições de H. Cesar, E. Nicholson, P. Wiley
ORGANIZAÇÃO E REVISÃO: COORDENAÇÃO SOCMON BRASIL
Andrea Lamberts (ICMBio/APA do Anhatomirim)
Claudia Marcia Almeida Rios (ICMBio/APA do Anhatomirim)
Cristiana Simão Seixas (UNICAMP)
Heitor Schultz Macedo (ICMBio/APA do Anhatomirim)
Luiz Francisco Ditzel Faraco (ICMBio/ESEC de Guaraqueçaba)
Rodrigo Pereira Medeiros (UFPR/CEM)
Tathiana Chaves de Souza (ICMBio/COMOB)
Walter Steenbock (ICMBio/CEPSUL)
VERSÃO ORIGINAL EM INGLÊS
Socioeconomic manual for coral reef management
PUBLICADA PELO: Instituto Australiano de Ciências Marinhas.
PMB No. 3, Townsville Mail Centre
Townsville Q 4810. Australia
DATA DA 1ª EDIÇÃO: 2000
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Prefácio da tradução
do Manual SocMon - O programa SocMon - Global Socioeconomic Monitoring Initiative for Coastal Management
(www.socmon.org) é uma estratégia de monitoramento socioambiental participativo
orientado para a gestão costeira. Sua concepção tem um forte direcionamento
para aplicação na gestão de áreas marinhas protegidas, em especial para regiões
com iniciativas de conservação dos recifes de corais. Desde sua implementação
inicial, nos anos 2000, o SocMon vem sendo experimentado também em outros contextos da zona costeira. Este Manual, portanto, trata de apresentar ferramentas, métodos
e formas de aplicação de propostas de avaliação e monitoramento socioambiental participativo para fomentar a gestão adaptativa na zona costeira.
O SocMon foi introduzido no Brasil sob coordenação da “Rede Transformar – Rede
Transdisciplinar em cogestão adaptativa para o ecodesenvolvimento”, que conta com
pesquisadores da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), UFSC (Universidade
Federal de Santa Catarina), FURG (Fundação Universitária de Rio Grande) e UFPR
(Universidade Federal do Paraná). Com o objetivo de compreender melhor a proposta
do SocMon, alguns integrantes da rede realizaram, entre 2010 e 2013, atividades de
cooperação com os líderes do programa Global e da região do Caribe . Em 2013, foi
realizado o “Workshop on socioeconomic monitoring for coastal management”, no Centro
de Estudos do Mar, da UFPR. Foi a primeira iniciativa com o intuito de constituição do
SocMon Brasil.
Neste período, atividades de cooperação entre o ICMBIO (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade) – incluindo gestores de Unidades de Conservação (UCs),
analistas ambientais do CEPSUL (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da
Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul) e participantes da Rede Transformar – docentes e estudantes de graduação e pós-graduação, davam os primeiros passos do SocMon
Brasil em três UCs: Estação Ecológica (ESEC) de Tamoios, Estação Ecológica (ESEC) de
Guaraqueçaba e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Anhatomirim. Desde então,
esforços institucionais no ICMBIO vêm sendo realizados, com o intuito de adotar em
caráter experimental o SocMon. Buscou-se também avaliar sua aplicabilidade enquanto
uma abordagem de planejamento e monitoramento participativo de apoio à gestão das
unidades de conservação marinho-costeiras.
Alinhado com esta expectativa, o Projeto Manguezais do Brasil, coordenado pelo ICMBIO,
dedicou esforços para apoiar o SocMon Brasil, investindo recursos humanos e financeiros e promovendo sua articulação institucional. Partiu-se da questão-chave: “Podemos
adotar o SocMon como uma estratégia metodológica para o monitoramento participativo em unidades de conservação localizadas em ecossistema de manguezal no Brasil?”
Já com apoio do Projeto Manguezais do Brasil e da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e
Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, um treinamento foi promovido em março
de 2015, com a participação de gestores de UCs marinho-costeiras de diferentes regiões,
equipes do Projeto Manguezais do Brasil e do CEPSUL e de estudantes de graduação e
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pós-graduação participantes da Rede Transformar. Além de conhecer a proposta metodológica, os participantes também definiram estratégias e unidades de conservação que
poderiam implementar, em caráter experimental e piloto, o SocMon Brasil.
A ESEC de Guaraqueçaba e a APA do Anhatomirim foram escolhidas como áreas de
teste pelo projeto. As iniciativas criadas nestas UCs foram pensadas visando a construção de referências para avaliação do SocMon enquanto proposta metodológica, bem
como oferecendo uma análise sobre as perspectivas futuras de ampliação do SocMon
Brasil. Os resultados destas experiências piloto estão sendo, atualmente, irradiadas para
outras unidades de conservação.
Paralelamente, a aplicação do SocMon vem sendo iniciada em diferentes contextos e,
para tanto, este Manual é de grande importância. Esta versão em português é a primeira tradução realizada até o momento, representando uma oportunidade para sua aplicação no Brasil e em outros países em que o português é a língua oficial.
Importante destacar que a tradução não sofreu adaptações para se constituir em uma
versão brasileira no Manual. Buscou-se manter as características do documento original,
incluindo os exemplos utilizados, os atores-chave citados e o próprio estilo de comunicação e linguagem adotado pelo Manual.
Os organizadores desta tradução e, em especial, o Projeto Manguezais do Brasil, esperam
que a versão brasileira deste Manual possa servir de motivação para o engajamento de
gestores, pesquisadores e comunidades em ações para o fortalecimento da gestão participativa das áreas marinhas protegidas brasileiras e, também, de outros países de
língua portuguesa. Adriana Risuenho Leão - Coordenadora Nacional do Projeto Manguezais do Brasil/DISAT/ICMBio; Walter Steenbock - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do
Sudeste e Sul/CEPSUL/ICMBio; Rodrigo Pereira Medeiros - Centro de Estudos do Mar. Universidade Federal do Paraná
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