Introdução Até o século 19, as trilhas eram o componente principal da infraestrutura de transporte terrestre dos povos do planeta. Complementarmente,
rios e outros corpos d’água navegáveis possibilitavam o estabelecimento
de um sistema natural de trilhas aquáticas.
Pelas trilhas se deslocavam pessoas, cargas e animais domésticos. Para
os usuários desses extensos sistemas de trilhas, era essencial saber quando
se estava no caminho correto, qual distância faltava para um local de pouso, que perigos havia à frente. Portanto, estratégias de sinalização eram
uma peça fundamental do projeto dessas vias. Os romanos, por exemplo,
tinham marcas a cada milha de suas vias. O marco zero de todas elas era o
centro de Roma, daí o ditado: “todos os caminhos levam a Roma”.
No Brasil, os caminhos bandeirantes eram marcados com cortes de
facão em árvores ou, em regiões onde não havia florestas, marcos de pedra esculpida. Seja como for, desde tempos imemoriais, sempre que houvesse possibilidade de dúvida quanto a direção a ser seguida, adotou-se
algum tipo de sinalização.
Nos sistemas viários modernos, existe uma profusão de formas de sinalização, mas que partem das mesmas demandas básicas de informação
compartilhadas entre motoristas, pedestres, ciclistas, cavaleiros, dentre
outros usuários de trilhas.
As estradas e ruas de hoje em dia têm sinalização direcional em formato de placas indicando os destinos. Por exemplo: São Paulo, Belo Horizonte, Passa Quatro, Laranjeiras. Também têm sinalização confirmatória,
que objetiva tranquilizar o viajante dando alguma informação sobre a
duração do caminho (por exemplo: BR 101, quilômetro 832), ou placas de
sinalização interpretativa (por exemplo: Ponte sobre o córrego de Lumiar).
Por fim, as estradas do século XXI ainda têm sinalização educativa (dirigir
sem cinto de segurança mata ou mantenha a distância), indutiva (curva
acentuada para a direita), ou regulatória (sob neblina use farol baixo).
Nas últimas décadas, a sinalização rodoviária, que serve de inspiração para
a sinalização de trilhas, tem sido uniformizada ao redor do mundo com a progressiva adoção de símbolos e cores padronizadas em todos os países. Como
na sinalização rodoviária, busca-se também na sinalização moderna de trilhas
um consenso e uniformidade dos meios e das mensagens, de forma que possam ser interpretadas da mesma forma em qualquer local do mundo.
Os pontos de entrada em uma trilha, ou seja, as extremidades (início e
fim) da trilha e outros pontos da trilha que tenham acesso para veículos
e que possam ser utilizados como pontos de entrada alternativos são
comumente sinalizados com placas que trazem um conjunto de informações mais denso para o usuário.
As placas de entrada de trilha devem ser bilingues (português e inglês)
e seu objetivo é informar aos usuários, de forma clara, as características
mais importantes da trilha como sua distância, duração, nível de exigência física, atrativos ao longo do percurso e explicações sobre a sinalização
adotada, além informações regulatórias e de segurança para os usuários,
como uma lista de contatos de emergência (Samu, Bombeiros, Polícia,
administração da unidade etc).
Outra função importantíssima das placas de entrada de trilha é ser
um meio oficial para advertir os usuários sobre os riscos associados ao
percurso da trilha.
Na literatura técnica e nos trabalhos práticos são muito comuns outras
nomenclaturas para a sinalização de entrada de trilha, como placa mãe, placa
base ou placa de cabeça de trilha (do inglês, trailhead information board).
A identidade visual das placas de entrada de trilha, quando estiverem
em local de fácil acesso na unidade de conservação, deverá seguir o previsto no manual geral de sinalização do icmbio.
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