Midiateca

Livro vermelho da flora do Brasil - 2013

Autores

Gustavo Martinelli & Miguel Avila Moraes (Orgs.)

Ano de Publicação
2013
Categoria
PESQUISA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE
Descrição

O livro vermelho da flora do Brasil – enfrentando um desafio global e nacional The Red Book of Brazilian Flora – Meeting a Global and National Challenge. 

 John Donaldson;

 Listas vermelhas são uma ferramenta essencial para a conservação. Fornecem informações-chave sobre o estado de espécies ameaçadas, permitindo que setores do governo, a iniciativa privada e a sociedade priorizem ações em prol da conservação, e levem a efeito planos de desenvolvimento capazes de minimizar os impactos sobre espécies ameaçadas de extinção. Isso é particularmente importante nas partes do mundo que abrigam níveis excepcionais de biodiversidade, como o Brasil, cuja flora é estimada em 41.000 espécies. Apesar dos claros benefícios das listas vermelhas, a elaboração de listas de plantas tem se revelado um desafio de grandes proporções. Até 2012, apenas 14.500 espécies haviam sido incluídas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature – IUCN), o que significa que as iniciativas relacionadas à flora têm ficado aquém das similares referentes à fauna. Em 2010, os países que participaram da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas admitiram a necessidade de concentrar o foco na flora. Como resultado, aprovaram a Estratégia Global para Conservação de Plantas 2011-2012 (Global Strategy for Plant Conservation, GSPC, na sigla em inglês) atualizada, por meio da qual todos os governos se comprometeram a avaliar todas as espécies da flora conhecidas até 2020. Era uma meta desafiadora, que muitos acreditaram ser inatingível, sobretudo no caso dos países com níveis muito altos de diversidade da flora. Contudo, a África do Sul, por exemplo, conseguiu avaliar sua flora por inteiro, o Equador estimou as espécies endêmicas, e o Brasil deu um passo significativo no sentido de preparar a lista vermelha de uma das maiores floras em um único país. Isso demonstra que é possível atingir as metas da GSPC, se houver pessoas comprometidas com o objetivo e recursos adequados. Há diversos aspectos notáveis no Livro vermelho da flora do Brasil, com implicações nos esforços de conservação tanto no âmbito nacional quanto internacional. Em primeiro lugar, o CNCFlora optou por adotar o sistema da Lista Vermelha da IUCN para a classificação das espécies ameaçadas. Esse sistema utiliza dados e padrões de avaliação rigorosos, o que, se por um lado gera demandas adicionais para a equipe avaliadora, por outro, significa que a informação sobre a flora brasileira pode ser comparada à de outras regiões do mundo e incluída em análises globais de espécies ameaçadas. Em segundo, a equipe do CNCFlora desenvolveu sistemas de informação e capacitação de pessoal, imprimindo liderança e ímpeto às atividades em andamento para a elaboração do Livro vermelho e às ações de conservação. A riqueza da flora, distribuída em muitas áreas geográficas, torna quase impossível programar grupos de trabalho em que todos os especialistas relevantes possam se reunir para compartilhar dados. A estratégia adotada para a elaboração do Livro Vermelho da Flora do Brasil foi desenvolver um portal online para a inserção e validação de dados, permitindo que uma rede de especialistas botânicos compartilhasse informações e participasse da avaliação sem a necessidade de estarem todos juntos, no mesmo local. Essa inovação produziu uma ferramenta que outros países podem emular para completar suas listas. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e CNCFlora devem ser parabenizados pela finalização desta lista inicial, bem como encorajados a prosseguir com o excelente trabalho nas avaliações de risco da flora do Brasil para inclusão na lista vermelha. Com a dinâmica inicial já traçada, a habilidade desenvolvida pelos jovens cientistas e os sistemas de informações disponíveis é possível seguir adiante e elaborar uma lista vermelha completa para a flora. Feito isso, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o CNCFlora poderão liderar o caminho ao demostrar a viabilidade das listas vermelhas da flora mundial, conforme vislumbrado na Estratégia Global para a Conservação de Plantas. Red lists are an essential tool for conservation. They provide key information on the current threatened status of species that can enable all sectors of government, business and society to prioritise actions for conservation and undertake development planning that can minimise impacts on species that are threatened with extinction. This is particularly important in those parts of the world with exceptionally high levels of plant and animal diversity, such as Brazil with an estimated 41,000 species of plants. 10 | Livro vermelho da flora do Brasil Despite the clear benefits of red lists, the development of lists for plants has proved to be a major challenge. By 2012, only 14500 plants had been included in the IUCN Red List, which means that red lists for plants have lagged behind similar initiatives for animals. In 2010, the countries participating in the Conference of the Parties to the UN Convention on Biological Diversity recognised the need to focus attention on plants. As a result, they approved the updated Global Strategy for Plant Conservation 2011- 2020 in which all governments undertook to provide conservation assessments for all the known plant species by 2020. This is going to be a challenging target and many people believed that it was an impossible target, especially for countries with exceptional levels of plant diversity. Countries such as South Africa have managed to assess the entire flora and Ecuador has assessed the endemic species and Brazil has now taken a significant step towards red listing one of the largest floras in a single country. This is showing that it is possible achieve the GSPC target given committed people and adequate resources. There are several impressive features about the Red Book of the Brazilian Flora that have implications for conservation efforts in Brazil and globally. First, CNCFlora chose to use the IUCN red list system for classifying threatened species. This system has rigorous data and assessment standards, which makes more demands on the assessment team, but it means that the information on Brazilian plants can be compared to other regions of the world and be included in global analyses of threatened plants. Secondly, the CNCFlora team have developed information systems and human capacity that can provide leadership and impetus for ongoing red list activities and plant conservation actions. The large number of plant species, covering many geographic areas, means that it is almost impossible to hold workshops where all the relevant experts can get together to share information. The approach adopted for the Red Book of the Brazilian Flora was to develop an online portal for data entry and validation that enables a network of plant experts to share information and collaborate in the assessments without all sitting in one room. This innovation provides a tool that other countries can emulate to complete their plant red lists. The Rio de Janeiro Botanic Garden and CNCFlora need to be congratulated on the completion of this initial list and they are encouraged to continue with their excellent work on plant Red Lists. With the momentum that has been built up, the skills acquired by young scientists, and the information systems in place, it is possible to move ahead and produce a complete red list for the entire flora. In doing so, they can lead the way in showing that it is possible to provide red lists for the world’s flora as envisaged in the Global Strategy for Plant conservation.

Tipo de publicação
Livro
Local da publicação
Rio de Janeiro - RJ http://dspace.jbrj.gov.br/jspui/handle/doc/26
Nº da edição ou volume
1ª edição
Editora
Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ
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