PREFÁCIO Uma situação preocupante hoje, no Brasil, é a destruição crescente e contínua da vegetação nativa visando a implantação de culturas agropastoris ou a extração madeireira, sem a manutenção das áreas de reserva legal e proteção permanente. Problema igualmente sério é o desmatamento, com posterior abandono do solo, deixando-o descoberto, sujeito ao empobrecimento e à erosão. Felizmente, observamos que nas últimas décadas a conscientização enfocando a conservação dos bens naturais vem crescendo e é, cada vez maior, o número de entidades e pessoas trabalhando na preservação e recuperação de ambientes naturais. É sabido que o manejo sustentável dos recursos naturais pode gerar renda, sem a necessidade de destruir as florestas nativas. Atividades agropecuárias podem ser desenvolvidas de forma conservacionista se forem integradas a sistemas florestais, promovendo uma melhor proteção do solo e das águas, preservando a fauna e ainda gerando renda extra ao agricultor. No entanto, para aqueles que ainda insistem em alterar as áreas destinadas à reserva legal e às consideradas de preservação permanente, a fiscalização realizada pelos órgãos ambientais, como o IBAMA e Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, os têm obrigado a recompor a vegetação nativa local. A tendência é que seja exigido, cada vez mais, o cumprimento da Lei sobre a manutenção dos recursos naturais. Portanto, o aumento da demanda por sementes e mudas de espécies arbóreas nativas é premente em todo o território nacional. Infelizmente, na maior parte do país, o setor produtor de sementes e mudas ainda é pequeno e incipiente, não atendendo satisfatoriamente essa demanda. Para tentar fomentar e organizar o setor de produção e comércio de sementes e mudas de árvores nativas nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi criada a Rede de Sementes do Pantanal. Além desta, sete outras redes estão sendo estabelecidas nos demais biomas brasileiros, visando organizar o setor produtivo de essências florestais nativas. O grande desafio é capacitar coletores de sementes e produtores de mudas dentro da legislação vigente sem esquecer o enfoque da conservação ambiental, uma vez que esse processo envolve a certificação de sementes e mudas, a manutenção da diversidade genética das populações recuperadas, a proteção da fauna, dos solos e dos mananciais hídricos.
|