APRESENTAÇÃO Há mais de três décadas, a Vale vem trabalhando na região das serranias dos Carajás. Neste período, foi sempre visível a intensidade com que a cobertura da floresta cedeu lugar às pastagens, alterando a paisagem de forma muito significativa em uma escala de dimensão regional. Esta dinâmica de grande ocupação territorial potencializou a importância das áreas protegidas da região, como é o caso da Floresta Nacional de Carajás e as demais unidades de conservação que compõem um mosaico de mesmo nome. Essas áreas protegidas, mesmo com suas significativas dimensões, passaram a ser percebidas como “fragmentos” ou “ilhas” representativas de toda a biodiversidade do sudeste do Pará, que outrora teve uma abrangência muito maior. A Vale sempre reconheceu a importância destas áreas e vem buscando o fortalecimento, juntamente com o ICMBio, na gestão e proteção destes importantes contínuos de vegetação nativa. Suas iniciativas, sejam através de pesquisas aplicadas, bem como a busca pela ampliação da qualidade dos seus estudos ambientais para o licenciamento de suas atividades dentro da Flona de Carajás e região, constituem agora a base essencial para a produção do livro que ora disponibilizamos juntamente com o ICMBio para a sociedade. Ao lado do ICMBio, a Vale tem a satisfação de ajudar na proteção territorial da Flona de Carajás, através de prevenção e combate a incêndios, na proteção da biodiversidade, bem como na produção do conhecimento científico e sua divulgação para todo o país. O livro Fauna da Floresta Nacional de Carajás - Estudos Sobre Vertebrados Terrestres, será apenas o início de uma rotina de divulgação do amplo conhecimento da biodiversidade presente nesta importante unidade de conservação, traduzindo os esforços da empresa em demonstrar a capacidade de desenvolver suas atividades e garantir a manutenção da Biodiversidade neste território. Na oportunidade, a Vale agradece a parceria com o ICMBio, que, além do seu papel de gestão da biodiversidade brasileira, também apoia pertinentes pesquisas para que a mineração possa coexistir de forma sustentável em meio à mais importante unidade de conservação do sul do Pará. Antônio Daher Padovezi Diretor de Ferrosos Norte-Vale
Prefácio O conhecimento é o ponto de partida para conservação da biodiversidade. Conhecer a vida que habita a Floresta Nacional de Carajás, em todas as suas formas e relações, é aproximar o bioma amazônico, peculiar desta região ao Sul do Pará, de um Brasil que não o conhece e que precisa despertar para a necessidade de sua conservação. Neste sentido, é com grande satisfação que apresento esta publicação. Trata-se de um valioso inventário sobre os vertebrados terrestres que vivem na Floresta Nacional de Carajás, parte significativa de um conjunto de variados ecossistemas que formam o bioma amazônico. Antes mesmo de sustentabilidade tornar-se uma palavra de ordem, a Floresta Nacional de Carajás já era exemplo de conciliação entre a produção econômica e a conservação da biodiversidade. Com cerca de 410 mil hectares, a área é uma das cinco unidades de conservação que compõem o Mosaico de Carajás. A Floresta Nacional é uma unidade de conservação de uso sustentável, onde estão previstos a coleta e o uso de seus recursos naturais. Essas intervenções devem necessariamente ser realizadas com o menor impacto possível, e medidas mitigadoras e compensatórias devem ser adotadas não apenas para reduzir o impacto, mas também para promover a recuperação ou restauração das áreas afetadas. Para esse fim, programas de pesquisa e de conservação específicos são fundamentais, programas esses que por vezes motivam ações voluntárias dos empreendedores que atuam na região. Um bom exemplo é este projeto, que teve na Vale uma grande parceira. O mérito maior desta publicação foi reunir e ordenar, pela primeira vez, os diversos dados obtidos por meio dos levantamentos de fauna realizados na Floresta Nacional de Carajás. Trata-se de uma apresentação sintética de parte da riqueza em biodiversidade da Floresta Nacional, suficiente para chamar a atenção para a importância da unidade para conservação deste imenso patrimônio brasileiro. É importante destacar a dedicação e o esforço dos pesquisadores que, com o apoio das suas instituições e a imprescindível colaboração das pessoas que convivem diariamente com a floresta, deram vida a este livro. Oxalá que tal iniciativa seja um estímulo à realização de novos projetos e parcerias! Marcelo Marcelino de Oliveira Diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio |