A Toninha é um dos pequenos cetáceos mais ameaçados do Brasil. É um animal extremamente singular, possuindo um grande número de características morfológicas exclusivas e, é a única espécie viva da família Pontoporidae. A Toninha é também a única espécie vivente do grupo genericamente denominado de golfinhos de água doce que ocorre em ambientes marinhos. Diferentemente de outros pequenos cetáceos como os botos e golfinhos, a Toninha raramente se aproxima dos humanos, evitando embarcações motorizadas. Também é incomum nesta espécie a execução de comportamentos aéreos, como saltos e giros. A principal ameaça a este animal é a captura incidental em redes de pesca, que se estima ser responsável pela morte de aproximadamente 1.500 indivíduos por ano. Outras ameaças incluem a ingestão de plásticos, cujo impacto sobre a população é ainda desconhecido, poluição das águas por resíduos químicos e redução das populações de presas por ação de sobrepesca. Em termos ecológicos a Toninha, assim como outros predadores de elevados níveis tróficos de cadeia, é de fundamental importância para a saúde e o equilíbrio dos ecossistemas onde ocorre. A remoção da espécie do sistema pode causar alterações na composição e abundância da estrutura faunística dos ecossistemas costeiros e em longo prazo, um efeito em cascata que pode afetar toda a biota costeira gerando prejuízos incalculáveis não só em termos biológicos, mas também econômicos. Em termos evolutivos representa a perda de linhagem evolutiva única entre os cetáceos. Considerando a importância dessa espécie, o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha, Pontoporia blainvillei foi pactuado junto à sociedade como estratégia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Portaria Conjunta ICMBio/MMA nº 316/2009) em um esforço para garantir o futuro dessa espécie e assegurar a manutenção dos processos ecológicos que dela dependem. O PAN Toninha foi aprovado pela Portaria ICMBio nº 91 de 27 de agosto de 2010.
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