A região Sul é a segunda mais desenvolvida do Brasil e constitui um grande pólo turístico, econômico e cultural. Apresenta o maior índice de desenvolvimento humano (IDH), a maior taxa de alfabetização e também uma das maiores densidades demográficas do país. O histórico de ocupação da região, principalmente por imigrantes europeus, gradativamente resultou em significativa perda das coberturas de solo originais, principalmente florestas e campos, que foram convertidos nas mais diversificadas formas de uso. O termo herpetofauna é utilizado para indicar o conjunto faunístico de répteis e anfíbios, seres vivos de grande importância ecológica, atuando em diversos processos, tais como o controle de populações de animais como mamíferos, invertebrados, aves e outros répteis. Anfíbios e répteis são animais particularmente sensíveis a mudanças ambientais, em especial os anfíbios, cujos ciclos de vida dependem da disponibilidade de fontes de água doce, muitas vezes com características físico-químicas e estruturais muito específicas. Nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, ocorrem várias espécies de anfíbios e répteis ameaçadas por inúmeros impactos ambientais, dentre eles o desmatamento, a mineração, a silvicultura e a perda e alteração de hábitat nas regiões de montanhas, especialmente em campos de altitude e ambientes florestais. Além disso, a expansão urbana sobre as restingas fragmenta e destrói áreas litorâneas, que são o hábitat de anfíbios e répteis exclusivos desse ecossistema. A agricultura e a silvicultura vem causando a perda da biodiversidade em áreas de pampas, sendo a área de remanescentes do bioma Pampa extremamente pequena, fragmentada e o sistema de unidades de conservação é precário. Considerando a importância biológica destes grupos animais, o Instituto Chico Mendes/ICMBio, tendo como suporte legal a Portaria Conjunta MMA/ICMBio nº 316/2009 pactou com parceiros institucionais o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Répteis e Anfíbios da Região Sul - PAN Herpetofauna do Sul. O PAN Herpetofauna do Sul contempla cinco espécies ameaçadas de extinção, quais sejam: Melanophryniscus macrogranulosus, Melanophryniscus dorsalis, Anisolepis undulatus, Cnemidophorus vacariensis e Liolaemus occipitalis, segundo a Instrução Normativa MMA nº 03/2003, e estabelece estratégias para proteção de outras 46 espécies consideradas endêmicas, dados insuficientes ou ameaçadas de extinção segundo a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza ou as listas estaduais, envolvendo os três estados da região sul do Brasil - Tabela 1. O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios- RAN/ICMBio, responsável pela avaliação do estado de conservação da herpetofauna brasileira e pela elaboração dos planos de ação voltados para conservação das espécies de répteis e anfíbios ameaçados de extinção, pactuou junto com especialistas, gestores e representantes da sociedade civil o Plano de Ação Nacional para Conservação de Répteis e Anfíbios Ameaçados da Região Sul do Brasil – PAN Herpetofauna do Sul. |