O lobo-guará é considerado um dos mais belos e elegantes canídeos da América do Sul. O termo guará tem origem na língua indígena Tupi e significa vermelho, em referência à coloração predominantemente pardoavermelhada da pelagem. Diversas histórias e lendas cercam este animal que é o maior canídeo do continente, algumas, infelizmente, contribuem para o declínio das populações. Crendices populares tais como a de que arrancar o olho esquerdo de um loboguará vivo traz sorte àquele que o consegue ou a de que arrancar as longas patas e guardá-las traz virilidade ao homem, ou ainda a de que comer o coração de um lobo-guará torna a pessoa imune a picadas de cobras, entre muitos outros absurdos sem fundamento que somente servem para estimular a prática de crueldades diversas aos lobos-guarás, sem qualquer benefício real àqueles que o praticam. No entanto, os maiores problemas enfrentados hoje pelos lobos-guarás derivam de atividades voltadas ao desenvolvimento sócioeconômico do país. A substituição da vegetação nativa por cultivares diversos, a fragmentação dos hábitats pela expansão das áreas agrícolas e urbanas e a consequente ampliação da malha rodoviária, além da introdução de espécies domésticas, particularmente cães, e doenças associadas são atualmente as ameaças mais impactantes à espécie e têm causado severas reduções populacionais. O Brasil abriga quase 90% da população conhecida da espécie ao longo de toda sua distribuição e, por isso, tem fundamental importância para sua conservação em longo prazo. Dessa forma, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, de acordo com suas atribuições (Portaria Conjunta ICMBio/MMA no 316/2009), pactuou junto a representantes da sociedade civil, organizações governamentais e não governamentais, pesquisadores e gestores, entre outros, o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Lobo-guará - PAN Lobo-guará |