O Brasil é conhecido mundialmente por ser detentor de uma notável biodiversidade, possuindo elevado número de espécies em todos os grupos taxonômicos. Ao mesmo tempo, a intensificação de atividades humanas como a expansão das cidades e o aumento das demandas agropecuárias têm gerado forte pressão sobre as áreas naturais dos diversos biomas do país. As principais conseqüências dessas ações são a perda e a fragmentação de habitats. Isso se reflete no aumento da Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, instituída pela Instrução Normativa nº 3 do MMA, de 27 de maio de 2003. Zelar pela proteção e manutenção dessa riqueza nacional é responsabilidade de todos, porém as iniciativas e medidas a serem adotadas para reverter esse quadro devem ser tomadas de maneira organizada e conjunta. Assim sendo, a união de esforços do governo, da sociedade civil e das instituições de pesquisa, visando à conservação da nossa biodiversidade, representa um passo importante nessa jornada. Com o propósito de mudar essa situação, o governo brasileiro lançou a Série Espécies Ameaçadas, que é composta de planos de ação para a conservação das espécies brasileiras da fauna ameaçadas de extinção. Os planos apresentam informações sobre a biologia da espécie ou grupo de espécies envolvidas e propõem uma série de medidas a serem implementadas em diversas áreas temáticas, seguindo uma escala de prazos e prioridades, visando à conservação dessas espécies. Além disso, os planos devem ser revisados periodicamente como forma de monitorar e avaliar as ações executadas e atualizar as necessidades de preservação. Este quinto plano da série trata das aves de rapina. Os gaviões, falcões, águias, corujas e urubus são aves que ocupam o topo da cadeia alimentar, caçando ativamente, como fazem a maior parte de seus integrantes, ou procurando animais mortos. Essa posição na cadeia alimentar faz das aves de rapina animais naturalmente raros, cujas necessidades de habitat os obrigam a ocupar vastos territórios. A comunidade envolvida na teia alimentar de um único espécime é composta por várias espécies de produtores e consumidores de diversas ordens. Sendo assim, a conservação das aves de rapina também assegura a proteção de várias outras espécies, ameaçadas ou não. |