Midiateca

Jovens Protagonistas Implementação em unidades de conservação com manguezal

Autores

ICMBio

Equipe Produção de Conteúdo (em ordem alfabética) Ana Tres Cruz,  Andrei Tiego Cunha Cardoso, Gabriella Calixto Scelza,  Leonardo da Silveira Rodrigues

Ano de Publicação
2018
Categoria
GESTÃO SOCIOAMBIENTAL
Descrição

QUAL É O NOSSO PROBLEMA? 

O mangue O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais e sujeitos ao regime das marés. Transita também entre águas doces e salobras, constituindo um sistema complexo e único de condições ambientais à vida. A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas áreas sejam os grandes berçários naturais tanto para espécies características desses ambientes, quanto para peixes e outros animais que migram para as áreas costeiras durante ao menos uma fase do seu ciclo de vida. Os manguezais são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta e contribuem, com relevância mundial, para a biodiversidade, asseguram a integridade ambiental da faixa costeira e são responsáveis pelo fornecimento dos recursos e serviços ambientais que sustentam atividades econômicas e culturais. O papel desempenhado pelos manguezais no aumento da resiliência dos ecossistemas, comunidades e atividades econômicas costeiras às mudanças climáticas é cada vez mais reconhecido pela comunidade científi ca. Porém, de acordo com a FAO (Organização de Agricultura e Alimentos da ONU), a destruição dos mangues tem sido uma constante nas últimas décadas. Apenas entre 1980 e 2005 foram degradados 35.600 km² de manguezais no mundo. Embora não existam estimativas exatas de qual era a extensão da cobertura original dos mangues, existe um consenso global de que essa seria superior a 200 mil km2 , e que mais de 50 mil km2 dessa área (cerca de um quarto da cobertura original) foram perdidos como resultados da intervenção humana. A degradação das áreas de manguezais no Brasil e no mundo são sintomas de uma crise ambiental planetária historicamente inédita, associada ao modelo de desenvolvimento predatório adotado na maior parte do mundo. Esse modelo tem deixado um rastro de degradação ambiental, destruição de habitats e ecossistemas, exclusão social e econômica, causando extinção de espécies e diversos confl itos socioambientais nos mais variados ambientes terrestres. Essa situação limite faz com que programas, projetos e iniciativas de conservação ambiental sejam elaborados e aplicados. No Brasil encontra-se a maior faixa continua de manguezais do planeta, numa área que se estende entre a costa do Amapá e do Maranhão com aproximadamente 9.000 km2 . Além disso, encontra-se nessa área a maior faixa de manguezais protegidos do mundo com um total de 322.000 hectares distribuídos em 11 Unidades de Conservação. Apesar da importância dos manguezais para o Brasil e para a Terra, e do número de UCs de uso sustentável em áreas de manguezal, não se tem uma ampla atuação da sociedade na conservação desse ambiente. Pelo contrário, percebe-se uma fragilidade na participação social e na organização comunitária voltadas à gestão das unidades de conservação e ao desenvolvimento humano das populações que residem próximo aos manguezais. Neste contexto, a defi ciência no sistema educacional, a difi culdade que as comunidades extrativistas têm em renovar suas lideranças e, em parte, a difi culdade em se articular politicamente em escala regional e nacional, difi cultam a cogestão das unidades de conservação de uso sustentável. Tendo em vista essa lacuna de participação social na gestão das unidades de conservação, em geral, e naquelas com áreas de manguezal, em particular, e visando a melhoria da conservação dos manguezais, tornase fundamental o fortalecimento da participação social na gestão deste ecossistema. Isto se justifi ca porque os processos participativos são inerentes à gestão pública e às UCs de uso sustentável. Nestas, a gestão participativa é um ponto chave, principalmente em reservas extrativistas, que têm como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura das populações tradicionais e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. Assim, o envolvimento e apropriação destes territórios, por parte da população local, é determinante para a qualidade da implementação destas áreas. Para isto, são necessários processos de mobilização e capacitação para instrumentalizar estas populações a atuarem de forma qualifi cada nos espaços de participação. Essa atuação será fundamental na real manutenção do equilíbrio ambiental dos manguezais e de todos os processos socioambientais e de base econômica envolvidos nas áreas de mangues, mantendo esses ecossistemas equilibrados e conservados

Tipo de publicação
Outros
Local da publicação
Brasília, DF http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/publicacoes-diversas/jovens_protagonistas_implementacao_em_ucs_com_manguezal.pdf
Nº da edição ou volume
Editora
ICMBIO
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