Borboletas frugívoras são consideradas espécies indicadoras para avaliação das alterações ambientais. Na Floresta Nacional do Jamari, área protegida com 220.000 hectares, cerca de 860 ha estão em recuperação após mineração de cassiterita. Nesse sentido, avaliamos as espécies predominantes nos diferentes estágios de recuperação florestal, com amostragens padronizadas em floresta primária, secundária e recuperação com dois tipos de cobertura arbórea, densa e rala. O esforço amostral foi 2.592 armadilhas-dia e 1.783 borboletas frugívoras foram capturadas. Tivemos dificuldade para determinar a espécie de 37,5% dos indivíduos, realizando as análises em nível taxonômico de tribo e gênero. A riqueza e abundância foram maiores nas áreas em recuperação do que na floresta secundária e primárias, com 39, 29 e 22 gêneros, e 1.256, 324 e 199 indivíduos respectivamente. Na recuperação, as tribos Ageroniini e Epiphilini tiveram a maior freqüência de ocorrência, com 97% e 96%, respectivamente. Por outro lado, Morphini e Brassolini foram mais freqüentes na floresta secundária e primária juntas, com 63% e 61%, respectivamente. Dois gêneros, Hamadryas e Paryphithimoides foram identificados como indicadores específicos do ambiente de recuperação com vegetação rala. Nossos resultados reforçam o uso de borboletas frugívoras como indicador ecológico. A amostragem foi simples, padronizada e de baixo custo. Adicionalmente, a identificação dos espécimes foi possível por não especialistas. Através da análise temporal das proporções de abundância e da freqüência de ocorrência das espécies, acreditamos ser possível fazer inferências sobre o avanço da recuperação das áreas mineradas. Palavras-chave: Nymphalidae, Indicador Ecológico, Recuperação, Mineração, Amazônia
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