Os tatus-bola são os menores e menos conhecidos tatus do Brasil. O tatu-bola-do-Nordeste (Tolypeutes tricinctus) é endêmico ao Brasil e vive predominantemente na Caatinga e em algumas áreas do Cerrado, sofrendo um alto grau de ameaça devido principalmente à caça e à destruição do seu hábitat. Com isso, a espécie integra a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, indicada como “Em Perigo”, e a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN, sendo categorizada como “Vulnerável”. A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e o Cerrado um dos hotspots da biodiversidade mundial. Ambos estão entre os biomas mais ameaçados do mundo, sofrendo com o desmatamento e o acelerado processo de degradação, levando a uma acentuada perda de biodiversidade e de serviços ambientais. Esses biomas têm papel estratégico no abastecimento de água do Brasil, pois concentram as nascentes de importantes bacias hidrográficas do país, além de terem ecossistemas ricos em diversidade de plantas e animais. O tatu-bola-do-Centro-Oeste (Tolypeutes matacus) ocorre no Pantanal e algumas áreas de Cerrado, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas a maior parte de sua distribuição está na Bolívia, Argentina e Paraguai. No Brasil, não há informações suficientes para avaliar adequadamente o seu estado de conservação, apesar das constantes pressões nos ambientes onde habita, e que, consequentemente ameaçam a sobrevivência de suas populações. Desta forma, a espécie foi incluída na categoria “Dados Insuficientes” na recente avaliação do estado de conservação da fauna brasileira, embora esteja categorizada como “Quase Ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN. Com esse quadro, e no contexto dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil junto às Convenções das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação, há uma urgente necessidade de ampliação de iniciativas para a conservação da biodiversidade. A proteção de áreas naturais e das espécies ameaçadas de extinção surge como estratégia promissora e necessária para manutenção da diversidade biológica, mitigação dos efeitos do aquecimento global e enfrentamento do processo de desertificação. Diante disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade estabeleceu um acordo junto à sociedade, na forma do Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tatu-bola, consolidando uma política pública nos termos da Portaria n° 43/2014 do MMA, que deverá ser implementada nos próximos cinco anos, visando melhorar a situação das espécies. |