O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) é uma das aves mais ameaçadas das Américas e uma das mais raras do mundo, já tendo sido considerada extinta entre 1940 e 1950. A espécie é conhecida no Brasil, Argentina e Paraguai, sendo que em território nacional há registros confirmados em três bacias hidrográficas: São Francisco, Tocantins e Paraná. Em 2002 foi efetuado um registro na Argentina após quase dez anos sem qualquer relato da presença da espécie e no Paraguai não há registros desde 1984. A tribo Mergini, da família Anatidae, é composta por cinco representantes de aves piscívoras: Mergus australis , Mergus serrator, Mergus squamatus , Mergus merganser e Mergus octosetaceus. O primeiro deles encontrase extinto e o último, Mergus octosetaceus , popularmente conhecido como pato-mergulhão, é o único representante Mergini na América do Sul. Estima-se que a população total da espécie seja inferior a 250 indivíduos. Extinções locais já foram reportadas em diferentes localidades ao longo da distribuição da espécie e as populações remanescentes são extremamente reduzidas e fragmentadas. A construção de empreendimentos, particularmente barragens; o aumento dos sedimentos em suspensão na água decorrente da remoção da vegetação; a alteração da qualidade físico-química da água por meio de poluentes como defensivos agrícolas, adubos e descargas orgânicas, tais como esgotos residenciais, são os principais fatores que ameaçam a espécie. O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pato-mergulhão foi elaborado pelo IBAMA em 2006 visando melhorar o estado de conservação desta espécie. Sua implementação foi assumida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme estabelecido na Portaria Conjunta MMA/ICMBio nº 316 de 2006, atualmente revogada e substituída pela Portaria MMA nº 43 de 2014. |