Introdução A criação das Unidades de Conservação no Brasil iniciou-se em 1937, com o Parque Nacional do Itatiaia RJ, como uma estratégia para a conservação da biodiversidade. Atualmente, o país conta com um total de 884 Unidades de Conservação, com uma área de 755.204 km² em âmbito federal (BRASIL, 2012), representando todos os biomas do país, distribuídos entre as diferentes categorias dos grupos de proteção integral: Estação Ecológica (ESEC), Reserva Biológica (REBIO), Parque Nacional (PARNA), Monumento Natural (MN), Refúgio de Vida Silvestre (RVS); e de uso sustentável: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Fauna (RF), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). No geral, as Unidades de Conservação sofrem com diversos problemas diários, como falta de recursos financeiros, poucos profissionais, situação fundiária irregular, conflitos com as populações locais e tradicionais e incêndios florestais, prejudicando o manejo de suas áreas e de seu entorno. Os incêndios florestais, em especial, afetam principalmente as Unidades com fitofisionomias de cerrado, gerando muitas perdas e danos ambientais, confrontos, gastos públicos e individuais, além de grandes preocupações. Estudos apontam que, na maioria das ocorrências de incêndios florestais nas Unidades de Conservação, a principal causa não é de origem natural, ou seja, provocada por raios, mas sim pela ação antrópica, associada às práticas agrícolas e de pastagens. (MEDEIROS, 2002). CLIMEP – Climatologia e Estudos da Paisagem http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/climatologia/index Rio Claro (SP) – Vol.7 – n.1-2 – janeiro/dezembro/2012, p. 6 Para especialmente gerir as Unidades de Conservação, o Governo brasileiro fundou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) em 2007, antes de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que se encarregava de tal tarefa e de várias outras funções relacionadas às questões ambientais. Dois anos após o estabelecimento do ICMBIO, criou-se a Coordenação Geral de Proteção Ambiental (CGPRO), que ficou encarregada, a partir de 2009, de cuidar das questões referentes aos incêndios florestais, dentro das Unidades de Conservação federais, responsabilizando-se, inclusive, por fazer os seus Boletins Informativos de Risco de Fogo. O trabalho da CGPRO com incêndios é ordenado pela Coordenação de Emergências Ambientais do ICMBIO, sendo uma continuação da antiga gestão do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO) ligada ao IBAMA, ambos atuando em parceria, quando necessário, nas áreas que são protegidas. Embora haja ocorrido essa mudança de gestão nas Unidades, de IBAMA para ICMBIO, as estratégias de combate e prevenção aos incêndios continuam parecidas, sofrendo com as mesmas carências e dificuldades, como a contratação de brigadistas, recursos financeiros e materiais insuficientes, pesquisas e conscientização da população do entorno das áreas protegidas. O objetivo desta pesquisa é analisar como a CGPRO atua, assim como avaliar a eficiência de suas ações, nas Unidades de Conservação federais, em relação à prevenção e combate a incêndios florestais
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