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Variação Da Riqueza De Espécies De Orquídeas Em Um Gradiente Altitudinal Na Serra Dos Órgãos, Rj - Dissertação de Mestrado pela UFRJ

Autores

CECILIA CRONEMBERGER DE FARIA;

Orientador: Carlos Eduardo de Viveiros Grelle

Ano de Publicação
2010
Categoria
PESQUISA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE
Descrição

A variação da riqueza de espécies ao longo de gradientes altitudinais é um dos padrões de distribuição dos organismos que a Ecologia e a Biogeografia buscam compreender. Este trabalho analisa a variação espacial da riqueza de orquídeas ao longo de um gradiente altitudinal de 2300 metros na Serra dos Órgãos, estado do Rio de Janeiro, e testa duas hipóteses alternativas: a riqueza de espécies decresce com o aumento da altitude, como previsto pelo efeito de Rapoport; ou a riqueza de espécies é maior em altitudes intermediárias, como previsto pelo efeito de domínio médio. Registros de ocorrência de orquídeas na área de estudo foram obtidos em herbários e georreferenciados em escala 1:50000. A área de estudo foi divida em 23 faixas altitudinais de 100 metros de altitude, englobando desde o nível do mar até o topo das montanhas. A completude dos dados e a existência de vieses na amostragem foram avaliadas. Para avaliar o efeito de Rapoport, a amplitude de distribuição altitudinal das espécies foi comparada com seus pontos médios de altitude através de regressão. A riqueza de espécies por faixa altitudinal foi comparada com um modelo nulo de efeito do domínio médio, o número de localidades de coleta por faixa altitudinal, a área de cada faixa altitudinal, a temperatura média e a precipitação média através de regressões. Foram obtidos 642 registros de ocorrência de orquídeas, pertencentes a 213 espécies e 81 gêneros, porém apenas 135 espécies apresentaram dados suficientes para as análises do padrão de riqueza versus altitude. As análises indicam uma insuficiência de coleta em todas as altitudes e um viés de amostragem relacionado à acessibilidade. A relação riqueza de espécies versus altitude apresenta um padrão em forma de corcova, com um pico de riqueza entre 900 e 1500m de altitude, tanto para todas as 135 espécies analisadas quanto para as 47 espécies de distribuição ampla. A distribuição altitudinal da riqueza de espécies é influenciada pelo número de localidades de coleta, sendo as faixas com maior número de localidades as mais ricas. A relação espécies-área não parece estar moldando o padrão de riqueza encontrado. O efeito de domínio médio é o fator que melhor explica a distribuição altitudinal da riqueza de espécies. Foi confirmada a previsão da teoria de que espécies com distribuição ampla respondem melhor ao efeito de domínio médio. O pico de riqueza de espécies em altitudes intermediárias pode ser interpretado como o resultado do acúmulo das distribuições de cada espécie de orquídea, dadas as restrições espaciais do domínio altitudinal. São feitas considerações sobre a aplicabilidade dos resultados para o manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Tipo de publicação
Trabalho acadêmico (TCCs, dissertações, teses e trabalhos científicos apresentados em congressos e cursos)
Local da publicação
Rio de Janeiro - RJ
Nº da edição ou volume
Editora
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
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