Na Estação Experimental em Ouro Preto do Oeste, no estado de Rondônia, Brasil, terá inicio a implementação de modelos experimentais de cercas para evitar a predação de frutos de cacau (Theobroma cacao) por macacos-prego (Cebus apella). Esta ação é resultado de um trabalho de negociação do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, órgão especializado em conservação e manejo de primatas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (CPB-IBAMA), para resolver uma situação de conflito entre primatas e agricultores. A lavoura de cacau é uma cultura em expansão na Amazônia, fomentada pelo Ministério da Agricultura através da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), tendo como foco pequenos agricultores em áreas de assentamento rural. A predação de frutos de cacau por Cebus apella começou a ser constatada pela CEPLAC em sua Estação Experimental há mais de dois anos e registros de predação em propriedades rurais já foram comunicadas à Superintendência do IBAMA em Rondônia (Supes-RO). O aumento da predação nas áreas de experimento e de produção de cacau na estação, levou a CEPLAC a solicitar à Gerência Executiva do IBAMA em Ji-Paraná (RO) providências para retirada dos animais, pedindo inclusive apoio ao Ministério Público Federal visando pressionar o IBAMA nesse sentido. Um estudo elaborado pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) em setembro deste ano, a pedido da CEPLAC, identificou oito espécies de primatas na área e registrou a ocorrência de dois grupos de Cebus apella, além de alguns indivíduos solitários (Messias et al., 2006). O estudo recomendou a translocação de um desses grupos, constituído aparentemente por até 20 animais. |