APRESENTAÇÃO Viver em harmonia com a natureza foi o mote escolhido pela Convenção sobre a
Diversidade Biológica das Nações Unidas como um slogan que pretende inspirar
os países signatários da Convenção a agir no sentido de garantir para a atual e as
próximas gerações um futuro em equilíbrio com o meio ambiente.
Às vésperas da 14ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre a
Diversidade Biológica (CDB), que ocorre este ano na cidade de Sharm El-Sheikh,
no Egito, o WWF-Brasil traz uma reflexão sobre como estamos nos preparando
para esse futuro em harmonia com a natureza.
Todos os países membros da CDB devem estar se fazendo este mesmo
questionamento, já que em 2020, em Beijing, na China, estaremos reunidos para
avaliar o que conseguimos cumprir das metas de conservação da biodiversidade,
uso sustentável dos recursos naturais e repartição de benefícios que assumimos
em 2010, em Aichi, no Japão, conhecidas como Metas de Aichi 2011-2020.
Enquanto o governo brasileiro prepara seu 6º Relatório Nacional para a
Convenção da Diversidade Biológica, antecipamos nesta análise algumas
tendências no cumprimento, não de todas, mas de algumas metas de destaque
para o cenário brasileiro.
Assim, esperamos estar cumprindo nosso papel de manter vivo o debate sobre a
implementação da CDB no território brasileiro como parte do nosso compromisso
global para um futuro em harmonia com o meio ambiente.
Boa leitura! Maurício Voivodic - Diretor Executivo do WWF-Brasil
Às vésperas da 14a
Conferência das Partes da
Convenção da Diversidade Biológica, no Egito, o
WWF-Brasil avalia o estado da arte da conservação
da biodiversidade brasileira em relação às metas
estabelecidas nacionalmente.
O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento nos dois
maiores biomas, Amazônia e Cerrado, reúne hoje
mais de 2,5 milhões de quilômetros quadrados de
Unidades de Conservação continentais e marinhas,
mas não cumpriu a meta de redução das taxas de
conversão de ambientes nativos e ainda enfrenta
grandes desafios para garantir efetividade às áreas
protegidas, além de lidar com pressões para reduzir
seu tamanho e status de proteção.
A dois anos do fim do segundo período de
compromissos, quando deveria reduzir o risco
de extinção de espécies ameaçadas, ainda faltam
medidas de proteção para centenas delas. E o
combate à sobrepesca é fragilizado pela falta de
estatísticas recentes.
Mais importante: embora a população reconheça a
necessidade de proteger a natureza, a biodiversidade
ainda é um tema mantido em segundo plano nas
agendas de governo.
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