Midiateca

Produção de mudas de espécies florestais nativas : manual - Série rede de Sementes do Pantanal 2

Autores

Edna Scremin-Dias

Cristiane Kalife

Zildamara dos Reis Holsback Menegucci

Paulo Robson de Souza

Ano de Publicação
2006
Categoria
PESQUISA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE
Descrição

Desde o descobrimento do Brasil, os recursos naturais constituem a principal riqueza nacional, tendo sido explorados e, infelizmente, negligenciados ao longo dos últimos séculos. Atualmente, as plantações florestais (exóticas ou nativas) ocupam apenas 0,6% do território brasileiro, atendendo cerca de 30% da demanda nacional de madeira (Gonçalves & Stape, 2002). Em decorrência disto há uma grande pressão sobre os remanescentes florestais do país, restando, na maioria das regiões brasileiras, somente fragmentos florestais, muitos deles em alto grau de antropização. Ressalta-se que nosso patrimônio florestal requer enorme responsabilidade quanto ao manejo e preservação, de maneira a atender às demandas sociais e ambientais (Gonçalves & Benedetti, 2000). Neste sentido, deve-se dar atenção especial à geração de conhecimento técnico e aplicação e difusão de tecnologias. O processo produtivo de sementes e mudas das essências florestais nativas deve ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborados. As mudas destinadas à comercialização devem possuir excelente qualidade, resultando em produtos valorizados no mercado, sem problemas fitossanitários e que se estabeleçam eficientemente após o plantio. Neste sentido, o Ministério do Meio Ambiente lançou edital, por meio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), objetivando estruturar redes de sementes em todos os biomas brasileiros para melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de sementes e mudas das essências florestais nativas produzidas e comercializadas no Brasil. O estabelecimento da Rede Brasileira de Sementes contribuirá para o fortalecimento do setor produtivo de sementes e mudas, além de estimular o consumo de produtos com qualidade, tendo como conseqüência a conservação de ambientes naturais em todos biomas brasileiros. O setor produtivo de essências florestais nativas do Brasil apresenta atraso tecnológico de mais de 30 anos. As pesquisas em tecnologias para produção de espécies exóticas possuem destaque no Brasil e, infelizmente, os produtos florestais nativos somente despertaram interesse na última década. Atualmente, o destino da produção atende principalmente aos processos de restauração ambiental. Contudo, a geração de tecnologias para o plantio consorciado de espécies, para fins madeireiros ou para sistemas agroflorestais, ainda é incipiente. Em decorrência do grande número de espécies de interesse florestal no Brasil e do atraso tecnológico no  setor, os parâmetros técnicos ideais para a produção e comercialização das sementes e mudas florestais brasileiras são desconhecidos para a grande maioria das espécies. O destino da produção de sementes e mudas deve ser definido no início do processo produtivo, pois há uma diferença básica nas características das mudas destinadas ao processo de restauração ambiental daquelas cujo destino é o setor produtivo de madeira ou subproduto madeireiro. A diferença está principalmente na origem do material a ser propagado, ou seja, as características das matrizes produtoras das sementes ou propágulos (por exemplo, estacas). Apesar da importância dos processos relativos a marcação de matrizes, colheita e armazenamento de sementes, estes já foram apresentados no primeiro volume desta série Rede de Sementes do Pantanal (Scremin-Dias et al., 2006), não cabendo aqui retomá-los. Este manual destina-se a orientar o setor produtivo de mudas, e sua elaboração foi baseada no III Curso de Capacitação dos Parceiros da Rede de Sementes do Pantanal. O roteiro para elaboração deste material seguiu o apresentado pelo Professor José Leonardo de Moraes Gonçalves (ESALQ/USP) durante o Curso de Manejo de Viveiros, sendo acrescido das orientações contidas no Manual de Produção de Mudas de Essências Florestais Nativas, elaborado pela Diretoria de Meio Ambiente da CESP/SP e demais fontes bibliográficas referentes ao assunto.

Tipo de publicação
Livro
Local da publicação
Campo Grande - MS http://www.imasul.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/74/2017/10/Scremin-Dias-et-al.-2006_-Manual-Produ%C3%A7%C3%A3o-de-Mudas-Nativas.pdf
Nº da edição ou volume
Série rede de Sementes do Pantanal 2
Editora
UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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