PAN MAMÍFEROS DA MATA ATLÂNTICA CENTRAL - PARTE 2 ( continuação) No que se refere à distribuição geográfica, novos empenhos foram realizados para verificar os limites de ocorrência do mico-leão-da-carapreta. Rodrigues (1998) sugeriu a ocorrência da espécie também nas proximidades da vila de Itapitangui, estado de São Paulo. Porém, um novo levantamento realizado apenas na porção paulista da distribuição da espécie, verificou os limites norte de sua distribuição e apontou sua ocorrência somente na região da planície do Ariri, município de Cananéia, remetendo à distribuição originalmente descrita por Lorini e Persson (1994 (Prado et al. 2003). Entre 2002 e 2004, as pesquisas com a espécie avançaram para saúde populacional e para qualidade e disponibilidade de Habitat. Schmidlin (2004) constatou que ilha e continente apresentam Habitats distintos. Tal constatação, somada às recomendações do Plano de Ações Conservacionistas, motivou a ampliação das ações para região continental. Em 2005, após 10 anos de pesquisas foi possível a elaboração (junto ao IBAMA e IUCN/ CBSG) do 1º Plano de Ações Conservacionistas para o mico-leão-da-cara-preta e seu Habitat (Holst et al., 2006). Entre 2005 e 2008, as pesquisas buscaram verificar o efeito da diferença de Habitat entre ilha e continente nos padrões ecológicos de uso do espaço pelo mico (Nascimento, 2008; Nascimento & Schmidlin, 2011; Nascimento et al., 2011a). Estes estudos possibilitaram a melhor compreensão de aspectos importantes para futuras ações de manejo: i) as grandes áreas de vida de L. caissara e seu uso dinâmico do espaço, com novas áreas incluídas e outras abandonadas ao longo do tempo (Nascimento et al., 2011a); ii) seleção do Habitat e iii) estimativas da capacidade suporte para a espécie em toda sua região de ocorrência e em áreas propícias para receber animais em situação de manejo conservacionista (Nascimento & Schmidlin, 2011). Após estes estudos a equipe do Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres da Universidade Federal do Paraná (UFPR) retomou os trabalhos na região insular. Moro-Rios (2009) realizou estudos de comportamentos sociais, revelando a estrutura social e o sistema de acasalamento de um grupo de estudo, testando a existência de estratégias comportamentais utilizadas pelos indivíduos em seus relacionamentos sociais. Barriento (2010) e Meyer (2010) realizaram também outras pesquisas etológicas, onde o primeiro trata do comportamento de marcação de cheiro e o segundo sobre liderança em movimentos de entrada e saída de sítios de dormida. Ludwig (2011) em sua tese descreve ainda dados sobre padrão de atividades, hábito alimentar, área de vida, uso do espaço e seleção de habitat pela espécie na região sul da ilha. Outros trabalhos tratam da continuidade do estudo do comportamento de marcação de cheiro no continente (região do Ariri-SP) em parceria com o IPÊ (Barriento, 2013), e estudos que envolvem todo o gênero Leontopithecus: de investigação da exposição do gênero aos impactos das mudanças climáticas através de modelos de nicho ecológico (Meyer, 2013; Meyer et al., no prelo) e o desenvolvimento de uma filogenia molecular para o gênero (Silva-Pereira, 2013). |