O Brasil possui uma das maiores riquezas de espécies do planeta. Com sua dimensão
continental e enorme variedade de habitat terrestres e aquáticos, reúne seis importantes
biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), o maior
sistema fluvial do mundo e uma das mais extensas faixas costeiras. Sua biodiversidade é
estimada em mais de 42.000 espécies de plantas*, e 148.000 espécies de animais, com
quase 9.000 espécies de vertebrados e uma estimativa de no mínimo 129.840 invertebrados*,
e novas espécies são ainda descobertas com frequência.
A preocupação com a conservação dessa biodiversidade e mais especificamente, com
a proteção da fauna silvestre foi explicitada pela primeira vez na Lei de Proteção a Fauna
(Lei nº 5197, de 03 de janeiro de 1967), que em seu artigo 1º dispõe que “os animais de
quaisquer espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem naturalmente
fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros
naturais, são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, caça ou
apanha.” Foi a partir daí que se iniciou a atenção dada aos riscos associados à extinção de
uma espécie, como a perda de funções ecológicas e do equilíbrio do ecossistema*.
O Brasil elaborou sua primeira lista de espécies ameaçadas de extinção em 1968 e
depois disso publicou quatro atualizações, a mais atual publicada em 2014. Ao longo desses
anos, o processo de construção da lista de espécies ameaçadas foi se aprimorando. Para a
última edição, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, coordenou
a avaliação das espécies da fauna, pela primeira vez avaliando o risco de extinção de
todos os vertebrados com ocorrência no país, e de um grupo selecionado de invertebrados.
Foi o maior esforço para avaliar o risco de extinção de espécies da fauna de um país.
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