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Unidades de conservação (UC) são essenciais no desafio de manutenção da biodiversidade e planos de manejo (PMs) efetivos são imprescindíveis para a gestão eficaz destas áreas. Para isso, os PMs devem contar com diagnósticos ambientais que avaliem a condição ecológica da UC, utilizando dados relevantes e devidamente analisados. Avaliamos os diagnósticos ambientais apresentados em 126 PMs de UCs federais brasileiras. Identificamos os métodos utilizados para obtenção de dados, as análises executadas e definimos o nível de diagnóstico dos PMs conforme o número de análises realizadas, relacionando esses itens com as categorias de UCs. Encontramos um baixo nível de diagnóstico (média de 2, em uma escala de 0 a 5) nos PMs analisados. Os maiores níveis estão ligados a métodos que utilizam coleta de dados primários em campo ou programas de pesquisa nas UCs. Métodos como oficinas participativas e uso de dados secundários, mais utilizados pela categoria Reserva Extrativista, estão relacionados a baixos níveis de diagnóstico. A análise mais frequente foi a identificação de ameaças (97% dos PMs), enquanto as menos frequentes foram a definição de alvos de conservação e de cenários futuros para o manejo (1,6% dos PMs). Nossos resultados mostram que os diagnósticos ambientais dos PMs das UCs federais brasileiras precisam ser mais analíticos para gerar informações úteis para a tomada de decisões para a gestão, e consequentemente para a conservação da biodiversidade. Por fim, sugerimos alterações nos processos de planejamento e na condução dos diagnósticos ambientais. Palavras chave: conservação da biodiversidade, plano de manejo, áreas protegidas, métodos de diagnósticos, pesquisa, uso sustentável de recursos naturais

Unidades de conservação (UC) são essenciais no desafio de manutenção da biodiversidade e planos de manejo (PMs) efetivos são imprescindíveis para a gestão eficaz destas áreas. Para isso, os PMs devem contar com diagnósticos ambientais que avaliem a condição ecológica da UC, utilizando dados relevantes e devidamente analisados. Avaliamos os diagnósticos ambientais apresentados em 126 PMs de UCs federais brasileiras. Identificamos os métodos utilizados para obtenção de dados, as análises executadas e definimos o nível de diagnóstico dos PMs conforme o número de análises realizadas, relacionando esses itens com as categorias de UCs. Encontramos um baixo nível de diagnóstico (média de 2, em uma escala de 0 a 5) nos PMs analisados. Os maiores níveis estão ligados a métodos que utilizam coleta de dados primários em campo ou programas de pesquisa nas UCs. Métodos como oficinas participativas e uso de dados secundários, mais utilizados pela categoria Reserva Extrativista, estão relacionados a baixos níveis de diagnóstico. A análise mais frequente foi a identificação de ameaças (97% dos PMs), enquanto as menos frequentes foram a definição de alvos de conservação e de cenários futuros para o manejo (1,6% dos PMs). Nossos resultados mostram que os diagnósticos ambientais dos PMs das UCs federais brasileiras precisam ser mais analíticos para gerar informações úteis para a tomada de decisões para a gestão, e consequentemente para a conservação da biodiversidade. Por fim, sugerimos alterações nos processos de planejamento e na condução dos diagnósticos ambientais. Palavras chave: conservação da biodiversidade, plano de manejo, áreas protegidas, métodos de diagnósticos, pesquisa, uso sustentável de recursos naturais

Ano de Publicação: 2016

Castanheiros e Castanhais da Bacia do Rio Unini, Barcelos, AM

A coleta da castanha-do-brasil é uma atividade de grande importância socioeconômica para as populações tradicionais da Amazônia. Na área de estudo, a bacia do rio Unini, localizada na região do rio Negro (Barcelos, AM), um projeto de valorização da cadeia de valor da castanha-do-brasil possibilitou a construção de estruturas para beneficiamento da produção local, para ser gerenciado pela cooperativa formada pelos extrativistas. No entanto, observou-se que o empreendimento opera muito aquém de sua capacidade. No intuito de compreender quais fatores poderiam estar limitando o incremento do volume de produção recebida e beneficiada pela cooperativa, uma análise dos principais fatores que influenciam a tomada de decisão dos castanheiros quanto ao manejo, produção e comercialização da castanha-do-brasil foi efetuada. Os procedimentos metodológicos utilizados para a obtenção dos dados foram: entrevistas, investigação documental, observação participante e geoprocessamento, além da aplicação de protocolo para contagem da produção de ouriços por castanheiras, preenchido em conjunto com os castanheiros e, análises de contaminação por aflatoxina e atividade de água em amostras de castanha-do-brasil com casca. Caracterizou-se o perfil socioeconômico dos trabalhadores extrativistas do rio Unini, e constatou-se que o seu número diminuiu nos últimos cinco anos. Descreveu-se o sistema de manejo dos castanhais e da produção praticados, sendo possível identificarem-se três distintos regimes de coleta e suas respectivas produtividades e rentabilidades. Constatou-se que a maior parte da produção do Rio Unini segue outros fluxos de comercialização que não aquele destinado à cooperativa local. A partir dessas análises, foi possível fazer recomendações aos atores sociais envolvidos no projeto, no sentido de se aumentar o fluxo de produção direcionado à cooperativa local de beneficiamento da castanha-do-brasil. Concluiu-se que a iniciativa de modernização da organização social da produção já alcança grande importância social, econômica e ambiental para os extrativistas do rio Unini e para a gestão das áreas protegidas, e que seu sucesso está ligado a um processo contínuo de aprimoramento da cadeia de valor, em que a rede de atores sociais envolvidos é valorizada e as alianças formadas são fortalecidas.

Ano de Publicação: 2015

Diversidade e Distribuíção de Anfíbios Anuros Associados a Mata de Galeria Dentro e Fora das Unidades de Conservação dos Distrito Federal

Este estudo averiguou a diferença na composição e riqueza de espécies de anfíbios anuros em matas de galeria, dentro e fora de duas unidades de conservação do Distrito Federal, Brasil. Foram registradas oito espécies ao longo de onze meses de amostragem. Este pequeno número de espécies parece constituir um padrão regional. A abundância e composição de espécies foram diferentes dentro e fora das unidades de conservação. Maior riqueza e diversidade foram encontradas no interior das UCs. Os resultados indicam que Aplastodiscus perviridis e Bokermannohyla pseudopseudis apresentam baixa tolerância à degradação dos ambientes naturais, representando bioindicadores de qualidade para as matas de galeria do DF. Os troncos caídos, a ocupação humana e as poças foram as variáveis ambientais mais importantes para explicar a variação na composição e abundância das espécies ao longo das matas de galeria. Hypsiboas goianus apresentou forte relação com a presença de ocupação humana e troncos caídos, sugerindo que se trata de uma espécie oportunista de ambientes degradados. A presença de poças e alagados representou um importante atributo para explicar a distribuição e abundância de Aplastodiscus perviridis. A repartição da variação total da taxocenose mostra que a estruturação espacial não é determinada apenas por variáveis do ambiente, sendo que cerca de 20,3% da variação foi explicada pelo componente puramente ambiental, enquanto o componente puramente espacial explicou aproximadamente 8,3% e o componente ambiental estruturado espacialmente cerca de 15,5%. A maior parcela da variação total da taxocenose não foi explicada pelas variáveis explanatórias (55,9%).

Ano de Publicação: 2008

Modos de Produção enquanto ferramenta para a conservação: uma análise na reserva extrativista Terra Grande-Pracuúba

Além de estar vinculado a um “desenvolvimento” baseado na constituição de desigualdades, o sistema capitalista, atual modelo hegemônico de desenvolvimento, lançou a sociedade numa forte crise ambiental. Essa crise pode ser abordada de diferentes maneiras. Uma dessas abordagens parte da premissa de que os atuais problemas ambientais não estão localizados na natureza e fora da sociedade; não são problemas “ambientais”, mas sim sociais com desdobramentos ambientais; e que o modelo de produção capitalista está no cerne dessa atual crise. Assumo esta perspectiva a partir de autores vinculados à ecologia política e que versam principalmente sobre os conflitos socioambientais brasileiros. O materialismo histórico-dialético foi o referencial teórico basilar para esta pesquisa que objetivou descrever e analisar a organização socioeconômica de comunidades tradicionais inseridas na Reserva Extrativista Terra Grande-Pracuúba - localizada na Ilha do Marajó/PA – e sua relação com a dimensão ambiental. Nessa trajetória, partindo-se de uma abordagem psicossocial e qualitativa, foram adotadas as técnicas ‘observação participante’ e ‘entrevistas centradas’(focused interview). Para a análise dos dados utilizou-se a técnica ‘análise de conteúdo’, tendo como ferramenta de suporte o Atlas Ti. Foi possível constatar que os grupos sociais analisados exercem suas práticas econômicas, seu trabalho, de maneira espacialmente integrada às demais práticas materiais e imateriais necessárias à sua reprodução social. Tal integração favorece a manutenção ecossistêmica de seus territórios, especialmente diante do atual modelo hegemônico de desenvolvimento, que se caracteriza pela alta mobilidade do capital. Frente às possibilidades de avanço deste modelo ambientalmente predatório sobre seus territórios conservados, constatou-se que o fomento às suas práticas produtivas tradicionais, especialmente às voltadas para a produção de bens com significativo ‘valor de uso’, para além de favorecer a autonomia socioeconômica e política desses povos; tende a potencializar a conservação ecossistêmica local frente ao avanço de injustiças socioambientais. Palavras-chave: conflito socioambiental; psicossociologia; povos e comunidades tradicionais; sentidos de comunidade; emancipação.

Ano de Publicação: 2017

Análise das Imagens Dual Multitemporais do Cosmo-Skymed como Subsídio ao Mapeamento de Uso e Cobertura da Terra no Sul do Amazonas

A porção sul do estado do Amazonas está incluída em uma região denominada de Arco de Desmatamento, caracterizada como área de fronteira agropecuária e, portanto, sendo necessário seu constante monitoramento, que tem sido realizado por meio da utilização de sensores ópticos. Porém, a constante presença de nuvens prejudica a utilização de tais ferramentas. Dessa forma, o emprego das imagens de radar de abertura sintética (SAR) tem se mostrando adequado ao mapeamento, subsidiando as tarefas de controle e fiscalização de processos antrópicos na paisagem florestal. Nesse contexto, o presente trabalho tem em seu escopo a análise da capacidade dos dados multitemporais do COSMOSkyMed, nas polarizações HH-HV e VV-VH, no formato intensidade, isoladamente e agregados às informações texturais, em identificar classes de uso e cobertura da terra no município de Humaitá/AM. A metodologia desenvolvida compreendeu: o pré-processamento das imagens COSMO-SkyMed, as análises realizadas para utilização das quatro polarizações como um conjunto de dados quad-pol, sendo referenciadas neste trabalho como HH, VV e CROSS (média de HV e VH); a extração dos atributos texturais a partir da matriz de coocorrência (GLCM) e aqueles baseados em histograma; e a classificação dos grupos de imagens utilizando o classificador contextual Context. Para a validação dos resultados empregou-se a matriz de confusão e análise estatística dos valores do Kappa. As classificações, assim como a elaboração do mapa referência utilizado na etapa de validação, foram realizadas com subsídio dos pontos levantados em campo. O grupo formado pelas imagens intensidade nas três polarizações (HH+CROSS+VV), considerando 6 classes temáticas, apresentou o melhor desempenho, atingindo 65.67% de acurácia total e Kappa de 0.554. Porém, este resultado não apresenta diferença estatística significativa em relação àqueles alcançados pelos grupos de imagens formados pelos produtos dual, disponibilizados pelo COSMO-SkyMed, HH+CROSS (acurácia = 64.67% e Kappa = 0.553) e VV+CROSS ( acurácia = 61.67% e Kappa = 0.519), com 6 temas. Também foi possível observar que a inclusão da informação textural não indicou melhora significativa no desempenho temático, sendo estatisticamente similar àquele alcançado pelo grupo formado somente pelas imagens intensidade, ao utilizar o classificador contextual Context. Dessa forma, concluímos que a utilização das imagens dual provenientes de imageamento multitemporal, no modo StripMap, submodo Ping Pong, do COSMO-SkyMed apresenta uma classificação de uso e cobertura da terra com concordância moderada.

Ano de Publicação: 2013

Caracterização das fisionomias vegetais da Ilha Queimada Grande - Itanhaém/SP, como subsídio à elaboração do Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico das Ilhas Queimada Pequena e Queimada Grande

A ARIE das Ilhas Queimada Pequena e Queimada Grande, Unidade de Conservação Federal de Uso Sustentável, sob a gestão do ICMBio, localiza-se no litoral Sul de São Paulo, entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe. A Ilha Queimada Grande (IQG), objeto deste estudo, tem 57 ha e dista 34,8 km da costa. Possui espécies endêmicas criticamente em perigo de extinção, como a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) e Scinax peixotoi (Hylidae), além de outras de interesse conservacionista. O atual estudo ampliou o foco até então concentrado na fauna, e buscou caracterizar as comunidades vegetais da IQG. Os levantamentos florístico e fitossociológico indicaram 103 espécies, sendo que Guapira opposita, Rudgea minor e Aspidosperma australe destacaram-se em importância na formação florestal. As famílias mais ricas foram Fabaceae, com 12 espécies, Apocynaceae (7), Asteraceae (6), Convolvulaceae e Orchidaceae (5), Poaceae e Acanthaceae (4). A maior parte da ilha possui vegetação aparentemente primária, classificada como Mata Atlântica, embora de baixa estatura devido às condições locais. O mapeamento de uso e cobertura do solo indicou que a classe Floresta ocupa, atualmente, ~51% da área, seguida de Rocha Nua (~25%). A área degradada e em recuperação somam ~9%. A formação florestal é o principal hábitat da jararaca-ilhoa e, aparentemente, é a principal fonte de alimento (frutos e sementes) para os passeriformes Elaenia chilensis e Turdus flavipes, que constituem a base de sua alimentação na sua fase adulta. Os dados aqui apresentados subsidiarão ações de gestão da Unidade, incluindo a elaboração de seu Plano de Manejo. Palavras chave: Ilhas costeiras, Unidade de Conservação, Floresta Atlântica, fitossociologia, Bothrops insularis, dispersão.

Ano de Publicação: 2015

Encontros e Caminhos. Formação de Educadoras(es) Ambientais

Este segundo volume foi planejado e realizado pensando em pessoas como você que acreditam que ainda há tempo. Acreditar que há tempo é uma atitude de vida, antídoto para o cinismo reinante, contra o pessimismo e também contra o otimismo que imobilizam. Há tempo sim, para agir. Para o agir educativo e comunicativo que, por si só, não transformam o mundo, mas que, como dizia Paulo Freire, podem transformar as pessoas, elas transformam o mundo com sonhos e ação. Há tempo para novo encontros e novos caminhos.

Ano de Publicação: 2007

EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA: A CONSTRUÇÃO DO ATO PEDAGÓGICO

CRISE AMBIENTAL OU CRISE CIVILIZATÓRIA?

Os anos sessenta do século passado fazem parte de uma época em que certas verdades, consideradas até então indiscutíveis, foram postas em dúvida e algumas, simplesmente, desmentidas. Uma das mais caras, que vem sendo negada cada vez mais pelos fatos, era a crença de que a humanidade teria ingressado numa fase áurea da sua existência, onde as velhas mazelas, que historicamente vêem atormentando a existência dos seres humanos, teriam seus dias contados. Assim, acabar com a fome, as doenças, a miséria, a guerra e outros males seria uma questão de tempo. E tudo isto num prazo razoavelmente curto.Finalmente, estaríamos no limiar da concretização da grande promessa da modernidade, de que a ciência e a tecnologia nos libertaria das limitações impostas pela natureza e, assim seríamos felizes para sempre.


Ano de Publicação: 2008

EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA: A CONSTRUÇÃO DO ATO PEDAGÓGICO

CRISE AMBIENTAL OU CRISE CIVILIZATÓRIA?

Os anos sessenta do século passado fazem parte de uma época em que certas verdades, consideradas até então indiscutíveis, foram postas em dúvida e algumas, simplesmente, desmentidas. Uma das mais caras, que vem sendo negada cada vez mais pelos fatos, era a crença de que a humanidade teria ingressado numa fase áurea da sua existência, onde as velhas mazelas, que historicamente vêem atormentando a existência dos seres humanos, teriam seus dias contados. Assim, acabar com a fome, as doenças, a miséria, a guerra e outros males seria uma questão de tempo. E tudo isto num prazo razoavelmente curto.Finalmente, estaríamos no limiar da concretização da grande promessa da modernidade, de que a ciência e a tecnologia nos libertaria das limitações impostas pela natureza e, assim seríamos felizes para sempre.


Ano de Publicação: 2008

Educação Ambiental em Unidades de Conservação. Ações voltadas para Comunidades Escolares no contexto da Gestão Pública da Biodiversidade

Guia informativo, orientador e inspirador. Este projeto se propôs a traduzir a linguagem científica que, em geral, orienta a gestão desses espaços, para uma mais didática e lúdica, propiciando o acesso da população à compreensão mais detalhada sobre a importância da biodiversidade. Um exemplo disso é a experiência desenvolvida no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá/Pará. Assim, observa-se um histórico de lições aprendidas nos processos de educação ambiental, especialmente no contexto das unidades de conservação federais. Uma nova abordagem se fortalece com essa publicação que busca sistematizar, alinhar, divulgar e transversalizar o aprendizado acumulado Brasil afora.

Ano de Publicação: 2016