UNIDADE IV - BIOSSEGURANÇA
2. Importância das medidas de Biossegurança
As medidas de biossegurança visam alcançar um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar os fatores de risco inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, o meio ambiente e a qualidade do trabalho realizado (MS, 2010).
Durante a manipulação de um indivíduo no campo, é muito comum o animal liberar fezes, regurgito e outras secreções, que podem ser fontes de infecção para outras aves ou até mesmo para as pessoas. Os equipamentos de campo também podem ser contaminados e servirem de fômites contaminados para outros animais, pessoas ou locais.
A boca, nariz, olhos e feridas na pele são as principais portas de entrada dos agentes etiológicos no ser humano durante a manipulação de aves infectadas ou contato com fômites contaminados.
Por este motivo, é importante você ter em mente que os procedimentos de biossegurança devem ser incorporados à rotina de anilhamento de aves, mesmo na ausência de relatos de doenças ou surtos em aves no local de captura dos animais.
O pesquisador nunca deve ir para campo com os braços, pernas ou pés descobertos, pois além dos riscos de contato com a secreções e fômites contaminados, pode haver o risco de injúria físicas decorrentes do contato com o bico e unha das aves, além dos riscos comuns inerentes ao trabalho de compo como acidentes com animais peçonhentos, lesões por contato com espinhos, etc.
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) têm como objetivo primário proteger a equipe dos riscos inerentes ao manuseio das aves. Veremos mais no próximo item sobre eles.
Para que estas medidas sejam efetivas, é essencial garantir a disponibilidade destes itens em quantidade, tamanho e estado de preservação adequados, além de assegurar a utilização correta destes equipamentos.
O que pesquisar antes da expedição
Na preparação de uma expedição de campo, é importante pesquisar a respeito do local e checar se existe histórico de epizootias de aves, surtos ou focos de doenças registrados. Estas informações podem ser obtidas nas secretarias de saúde, de agricultura e de meio ambiente da região, ou por meio de boletins epidemiológicos locais, empresas de assistência agropecuária e ainda referências bibliográficas.
Tal informação é necessária para determinar os riscos e nível de biossegurança necessário. Como exemplo, temos a influenza aviária de alta patogenicidade subtipo A(H5N1), também conhecida como gripe aviária, que vem acometendo muitas aves silvestres, especialmente as aquáticas migratórias. No caso de regiões onde já foi ou vem sendo detectado o vírus, você deve aumentar os cuidados no campo, por meio da utilização de EPIs que conferem maior proteção e uma desinfecção efetiva de todo material utilizado.
Fique atento, pois as espécies alvo do trabalho de campo, também podem ajudar a conhecer os principais agentes etiológicos que serão encontrados, pois existem espécies bem mais susceptíveis a determinados agentes do que outras.
Mas vale reforçar que, independentemente de informações sobre a condição sanitária do local, medidas de biossegurança e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) são essenciais para o trabalho no campo com aves.