UNIDADE II – ANILHAMENTO, COLETA DE DADOS E SOLTURA

Olá Usuário visitante ,

Continuamos nosso processo de aprendizagem e estamos próximos de concluirmos os conteúdos teóricos. Na unidade anterior, você teve contato com os materiais e equipamentos necessários para o trabalho de campo. Nesta unidade veremos que o anilhamento consiste em uma sequência de procedimentos que inclui: identificação da espécie, aplicação da anilha adequada e coleta de dados biológicos e biométricos.  

Neste curso básico, manteremos o foco em um conjunto mínimo de informações que são necessárias de serem reportadas ao Sistema Nacional de Anilhamento (SNA): a identificação da espécie, o anilhamento em si, a determinação do sexo e da idade do indivíduo. A depender do objetivo de cada projeto, outros dados biológicos e biométricos podem ser incluídos nesse processo. No material complementar desta unidade, você poderá verificar os dados biológicos e biométricos mais comumente considerados em projetos de anilhamento. Todas estas informações irão alimentar a ficha de campo, que veremos na unidade 4 deste módulo. 

Todos os processos apresentados aqui serão detalhados quando fizermos a atividade prática de campo, durante o módulo prático de nosso curso. Neste momento queremos que vocês apenas conheçam, mesmo que de maneira teórica e sucinta, as atividades que iremos praticar no módulo IV.  

Veja na imagem abaixo o momento das atividades de coleta de dados e anilhamento. Você reconheceu os materiais e equipamentos na mesa de trabalho? 

Atividade de coleta de dados e anilhamento  

Fonte: arquivo CEMAVE. 

Pois é com eles que faremos todo o processo de anilhamento.

Vamos detalhá-lo! 

Com o auxílio dos guias e campo, devemos identificar a espécie considerando a nomenclatura mais atual, definida pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), pois é esta a nomenclatura adotada pelo CEMAVE.

Apenas indivíduos identificados devem ser anilhados. Caso não seja possível identificar, ou haja dúvidas, o indivíduo deve ser solto sem anilha.

Após identificar a espécie devemos escolher a anilha mais adequada para aquele indivíduo. A escolha do tamanho da anilha pode ser feita através da medida do diâmetro do tarso, utilizando o medidor de tarso ou um paquímetro.  

Escolhido o tamanho, devemos selecionar a anilha respeitando a ordem crescente de numeração. Antes da aplicação da anilha é necessário que seu código seja lido e anotado na ficha de campo. Nuca devemos anilhar um indivíduo sem antes anotar o código na ficha de campo. 

Obtenção da medida do diâmetro do tarso, através de dois métodos diferentes 

Utilizando o alicate adequado, devemos afastar as extremidades da anilha, abrindo apenas o suficiente para que ela se encaixe no tarso da ave. 

 

Anilha aberta com o auxílio de alicate adequado 

 

Fonte: https://www.lognature.com.br/produto/alicate-para-abrir-anilhas/ 

Com a anilha aberta, devemos posicioná-la no tarso da ave, e com o alicate adequado, apertar cuidadosamente até que ambas as extremidades da anilha fiquem unidas e alinhadas, sem sobreposições.

 

Aplicação e fechamento da anilha no tarso da ave 

 

Fonte: Manual de anilhamento de aves silvestres (Souza; Serafini, 2020)

 

Atenção: após fechada, devemos verificar se a anilha está se movendo para cima e para baixo e se está girando ao redor do tarso, sem causar atritos que possam machucar a ave.

Uma anilha apertada pode causar ferimentos e até mesmo comprometer a circulação sanguínea. Uma anilha muito larga pode se mover até uma das articulações e prejudicar o movimento da perna ou dígitos. 

 

Ir a campo é uma boa forma de aprender a identificar aves, desde que você esteja atento a elas, anote suas dúvidas e busque as respostas. Observe detalhes e características marcantes; atente para o ambiente da ave, sua postura e comportamento, escute e registre. Se for possível ter a companhia de pessoas mais experientes, o aprendizado será mais fácil, por isso a participação em grupos de observação de aves locais é um passo importante. 

Aproveitar as fontes gratuitas e riquíssimas que hoje existem na Internet para conhecer espécies novas (suas imagens e cantos). Sempre que for visitar um local diferente, busque a lista de espécies registradas e estude-as antes de estar em campo. Sites como WikiAves, Xeno-canto e eBird são excelentes para isso. Estes portais também podem ser utilizados no retorno do campo, para confirmar a identificação do que foi visto, já que apresentam imagens e sons das espécies. 

Investir em bons guias de campo ainda é um caminho, embora haja muito material digital. Outro caminho é acessar a plataforma mais completa atualmente existente sobre aves do mundo: Birds os the World. 

Trabalhar em museus, zoológicos, centros de triagem de animais silvestres e projetos de pesquisa que capturam aves acelera bastante a aprendizagem por permitir observar as aves muito de perto, em detalhe e repetidamente, com supervisão de pessoas experientes. Esse é um tempo muito bem aplicado para quem quer aprender, ainda que o trabalho seja voluntário.

Aprendemos nesta unidade o passo a passo de como anilhar uma ave.

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