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Ilhas Oceânicas brasileiras: da pesquisa ao manejo – volume II

Autores

Editores

Leonardo Vianna Mohr / Área de Zoologia, Ecologia e Manejo de Vertebrados; João Wagner Alencar Castro / Área de Geologia e Meio Ambiente; Paulo Márcio Santos Costa / Área de Zoologia e Ecologia de Invertebrados; Ruy José Válka Alves / Área de Botânica e Manejo ; 

Ano de Publicação
2009
Categoria
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Descrição

Prefácio

Em março de 2006, durante a Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica, realizada em Curitiba, Paraná, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ) – com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Marinha do Brasil – lançaram o livro Ilhas Oceânicas Brasileiras: da Pesquisa ao Manejo. Tal esforço representou um marco no tema, uma vez que, pela primeira vez, foi abordada em uma única publicação diversos tópicos da pesquisa científica realizada nas ilhas oceânicas do Brasil, incluindo geologia, solos, flora vascular terrestre, flora marinha bentônica, esponjas, moluscos, polvos, peixes recifais e biogeografia. O Brasil detém a maior diversidade biológica do mundo, incluindo um conjunto de cinco ilhas oceânicas de beleza cênica ímpar e rica biodiversidade, com grande número de endemismos: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha da Trindade, Arquipélago Martim Vaz, Atol das Rocas e Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). Além da importância para a conservação da biodiversidade, três destas Ilhas – Trindade, Martim Vaz e ASPSP – também apresentam uma importância estratégica para o Brasil, principalmente o último, que possibilitou o aumento da Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Para tanto, Trindade e ASPSP, de responsabilidade da Marinha do Brasil, são continuamente guarnecidos, o primeiro com o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (erguido em 1957) e um destacamento militar, e o segundo, com uma estação científica, ocupada continuamente por pesquisadores em sistema de revezamento. Já o Arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas são Unidades de Conservação federais, geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao MMA. No primeiro, foram criadas uma Área de Proteção Ambiental e um Parque Nacional Marinho; no segundo, uma Reserva Biológica Marinha, que desde 1979 protege o único atol do Oceano Atlântico sul. A presente publicação é um esforço dos seus editores e autores, de forma a apresentar um conteúdo abrangente e com profundidade temática, que reflitam a atual maturidade da pesquisa científica brasileira em ilhas oceânicas. Se muito já foi feito, há ainda um vasto campo a ser pesquisado. Para tal, a futura estação científica na Ilha da Trindade possibilitará o incremento das pesquisas nesta ilha e em Martim Vaz. Há que se destacar também o Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (PROTRINDADE), coordenado pela Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) e com um Comitê Executivo composto por diversos ministérios e autarquias federais, entre eles o MMA, ICMBio, Ministério da Ciência e Tecnologia, CNPq e o Ministério da Defesa. Em 2009, o CNPq lançou o primeiro edital para apoio a pesquisa em ilhas oceânicas brasileiras, no âmbito do Programa Arquipélago e Ilhas Oceânicas, que incluiu as demais ilhas oceânicas brasileiras além do ASPSP. Espera-se, portanto, um aporte ainda maior de informações nos próximos anos, que inclusive tragam novas informações científicas para subsidiar ações de manejo ambiental em nossas ilhas oceânicas. Todas elas sofreram – e ainda sofrem – com a introdução de espécies exóticas invasoras, uma das principais causas de perda de biodiversidade em todo o mundo. Trindade, por exemplo, teve sua cobertura vegetal em grande parte dizimada pela ação de cabras, já eliminadas, o que possibilitou o início da recuperação de sua flora, que vem sendo fomentada por meio de um projeto conduzido pelo MNRJ. Proteger esta riqueza natural brasileira para as atuais e futuras gerações é compromisso de todos – governo e cidadãos -, de forma que estas especiais formações geológicas e sua biodiversidade associada continuem tanto a encantar os olhos de seus visitantes e possibilitar a soberania nacional em sua ZEE, quanto a garantir a conservação do seu insubstituível patrimônio natural. Esperamos que este livro contribua para esta missão.

Leonardo Vianna Mohr 

João Wagner Alencar Castro

Paulo Márcio Santos Costa

Ruy José Válka Alves

Tipo de publicação
Outros
Local da publicação
Brasília, DF
Nº da edição ou volume
Editora
IBAMA/ MMA - Ministério do Meio Ambiente
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