Midiateca

A participação social e a ação pedagógica na implementação da unidade de conservação

Autores

MMA - Ministério do Meio Ambiente

Organização: Tereza Moreira e Luiz Fernando Ferreira

Ano de Publicação
2015
Categoria
GESTÃO SOCIOAMBIENTAL
Descrição

SÉRIE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMUNICAÇÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 2

Introdução ao tema O ato pedagógico de estimular participação A decisão de estabelecer áreas protegidas é historicamente muito recente. O Parque Nacional de Itatiaia, primeira unidade de conservação brasileira, foi criado em 1937, ou seja, há menos de um século. A intenção original era preservar locais de notável beleza cênica ou com atributos ambientais sob risco de degradação com finalidades de lazer e pesquisa científica. O objetivo de preservar amostras representativas dos ecossistemas passou a ser mais enfatizado somente após a década de 1960 e intensificou-se com o estabelecimento da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em 1992, e a criação da Lei 9985/2000, que instituiu o Snuc. A decisão sobre criação de áreas protegidas na maioria das vezes parte do meio científico e recebe respaldo dos órgãos ambientais nas diversas esferas federativas, posteriormente referendada por atos do poder legislativo. O crescimento do número de UCs (e da extensão dessas áreas), bem como o reconhecimento de que em seu interior e entorno em geral vivem populações que se beneficiam dos seus recursos naturais, mostrou a necessidade de envolver novos atores sociais na definição de onde, como e por que criar novas áreas protegidas. Com isso, a participação social no estabelecimento, implementação e gestão de UC tornou-se um imperativo, sobretudo, com a legislação que prevê instrumentos para o exercício de gestão compartilhada entre Estado e sociedade na gestão ambiental. Dentre estes instrumentos destacam-se o Plano de Manejo e o Conselho. Necessários à implementação e à gestão da UC, é fundamental que estes sejam concebidos e periodicamente revisados de forma a expressarem a diversidade de forças sociais presentes e atuantes na UC e em seu entorno. Com estes instrumentos é possível garantir ações fundamentais para o cumprimento dos objetivos da UC, como o monitoramento participativo, possibilitando o diálogo entre os saberes tradicionais e acadêmicos. É possível criar as condições necessárias para a assinatura de termos de compromisso, em que as populações tradicionais no interior e entorno de unidades conservação e o poder público estabelecem normas para compatibilizar os usos 9 do território e dos recursos naturais enquanto não se resolvem questões referentes à regularização fundiária. O exercício de participação não é, porém, um dado automático para os diversos segmentos sociais relacionados à UC. Existem assimetrias de poder, de informação e de conhecimento entre os atores sociais que necessitam intervenção do poder público caso se queira garantir a equidade em sua participação. Nesse sentido, a Educação Ambiental e a Comunicação desempenham papel estratégico. Por meio de ações articuladas e de caráter continuado dessas duas áreas, o que demanda sua formalização no Plano de Manejo, é possível aprimorar a implementação e a gestão participativa da UC.

Tipo de publicação
Outros
Local da publicação
Brasília, DF http://www.mma.gov.br/publicacoes/educacao-ambiental/category/154-serie-ea-uc.html
Nº da edição ou volume
Editora
MMA - Ministério do Meio Ambiente m http://www.mma.gov.br/publicacoes-mma.
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