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PLANO DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS - vol I - Diagnóstico

Autores

Créditos Técnicos e Autorais

Supervisão e Acompanhamento Técnico do Plano de Manejo da FN Carajás

Augusta Rosa Gonçalves: Coordenadora - COMAN/DIREP/ICMBio.

Carlos Henrique Velasquez Fernandes - COMAN/CGCAP/DIREP/ICMBio.

Equipe técnica da Floresta Nacional de Carajás - ICMBio

Frederico Drumond Martins – Chefe da FN Carajás

Marcus Vinícius Mendonça – Analista Ambiental FN Carajás

Ano de Publicação
2016
Categoria
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Descrição

1. INTRODUÇÃO

Considerando as atuais condições mundiais do meio ambiente em que há uma grande relação entre as atividades antrópicas e ambientes naturais, surge a necessidade da utilização de ferramentas que auxiliem na gestão do uso e ocupação do solo e que concilie a conservação ambiental, com o uso sustentável e manutenção da economia e padrões sociais. No Brasil, uma destas ferramentas é a unidade de conservação (UC). As UC compõem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que foi instituído pela Lei Federal Nº 9.985 de 18 de julho de 2000, que regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”; e a Lei Nº 6.938, de 31/08/1981 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que no art. 2º define como objetivo desta política a “[...] preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana [...]”. O SNUC define UC como “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sobre regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”. E estabelece como primeira diretriz no artigo as unidades de conservação assegurem que estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente. Há dois grupos de UC estabelecidas pelo SNUC: Proteção Integral e Uso Sustentável. A Floresta Nacional de Carajás (FN Carajás) enquadra-se no segundo caso. O objetivo básico das de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos naturais, sendo assim, permite a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológico, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa economicamente viável. O objetivo básico da categoria Floresta Nacional, segundo o SNUC, é “o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas”. E ainda é estabelecido que seu território seja de domínio público e a permanência de população tradicionais, visitação pública e pesquisa científica são permitidas. A gestão destas UCs é realizada com o apoio de um Conselho Consultivo, o qual é presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, sociedade civil e das populações tradicionais residentes, neste ultimo caso quando couber. A Floresta Nacional de Carajás, criada no dia 2 de fevereiro de 1998 por meio do Decreto 2.486, está localizada nos municípios de Agua Azul do Norte, Canãa do Carajás e Parauapebas, no Estado do Pará. Têm uma área de 411.948,87 hectares com predomínio de Floresta Ombrófila Aberta e Floresta Ombrófila Densa. Seus objetivos específicos seguem o objetivo básico da sua categoria e os estabelecidos em seu decreto de criação. Compõe juntamente com a Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, Floresta Nacional do Itacaiúnas, Reserva Biológica do Tapirapé e a Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado o Mosaico de Unidades de Conservação Carajás (ainda não formalizado). Embora não oficialmente instituído a gestão dessas UCs ocorre de forma integrada. Visando aprimorar a gestão e o manejo da FN Carajás foi elaborado em 2002/2003 o seu primeiro Plano de Manejo (PM) que foi revisto neste processo. Foi necessária esta revisão especialmente para garantir a conservação do ecossistema de savana metalófila e também para adequar melhor o planejamento da UC a atual realidade. O PM é o instrumento de planejamento que orienta a gestão e o manejo da UC como determinado pelo art. 27 do SNUC. Este novo Plano de Manejo foi baseado na experiência de gestão e de manejo da UC, na compilação de pesquisas e estudos técnicos realizados sobre os fatores bióticos, abióticos e antrópicos da FN Carajás e seu entorno, além dos relatórios de oficinas e reuniões de planejamento. A estrutura do Plano de Manejo segue o Roteiro Metodológico para Elaboração de Planos de Manejo de Florestas Nacionais (ICMBio, 2009). Esse documento foi estruturado em 2 volumes, sendo o Volume I o que aborda o diagnóstico e o Volume II o planejamento. O presente Volume I refere-se à sistematização dos produtos resultantes do Diagnóstico realizados para a unidade. A seguir, apresenta-se da Ficha Técnica da FN Carajás.


FICHA TÉCNICA DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

Nome da Unidade de Conservação: Floresta Nacional de Carajás

Coordenação Regional: CR 4 - Belém

Unidade de Apoio Administrativo e Financeiro: Núcleo da Gestão Administrativa da Região Norte

Endereço da sede:

Telefone:

Rua "J" no. 202 - Bairro União

Parauapebas - Pará CEP 68515 000

Rua Guamá n° 23 - Núcleo Urbano de Carajás

Parauapebas - Pará CEP 68516 000

Parauapebas: (94) 3346 1106

Núcleo de Carajás (94) 3328 1906 e 1901(fone fax)

Site: www.icmbio.gov.br

e-mail: Frederico.martins@icmbio.gov.br

Superfície aproximada da Unidade de

Conservação (ha):

411.948,87 hectares

Perímetro da Unidade de Conservação

(km):

385,70 Quilômetros

Superfície da ZA (ha): 92.320,65 hectares

Perímetro da ZA (km): 481,10 Quilômetros

Municípios que abrange e percentual

abrangido pela Unidade de Conservação:

Município % da UC no

Município

% do Município

na UC

Água Azul do

Norte

0,8% 0,4%

Canaã dos

Carajás

30,2% 38,2%

Parauapebas 69,1% 39,3%

Estado que abrange: Pará

Coordenadas geográficas (latitude e

longitude):

6º 4” 14,972” S ; 50º 4” 6,886” W.

Data de criação e número do Decreto: Decreto 2.486, de 02 de fevereiro de 1998..

Marcos geográficos referenciais dos

limites:

Núcleo Urbano Carajás, Interflúvio do Rio Itacaiúnas e

Parauapebas, Floresta Nacional do Tapirapé Aquiri,

Floresta Nacional do Itacaiúnas, Reserva Biológica do

Tapirapé e Área de Proteção Ambiental do Igarapé

Gelado.

Biomas e ecossistemas: Bioma Amazônico. Tipologias vegetais de maior

representatividade: Floresta Ombrófila Aberta, Floresta

Ombrófila Densa e Campo Rupestre Ferruginoso.

Atividades Ocorrentes

Atividades próprias de uso  Extrativismo Vegetal (Jaborandi, Castanha e outros);

 Controle e Segurança da FN Carajás por sistema de

Segurança Ambiental;

 Visitas aos recursos arqueológicos e recursos

naturais;

 Ações de educação ambiental;

 Ações de combate ao incêndio;

 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas;

 Monitoramento Ambiental;

4

FICHA TÉCNICA DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

 Exploração Mineral (conforme o Decreto de criação)

Atividades conflitantes  Pesca;

 Agropecuária ao sul da FN Carajás;

 Caça.

5

2. INFORMAÇÕES GERAIS DA FLORESTA NACIONAL DE

CARAJÁS

2.1. Região da FN Carajás

A região de uma Floresta Nacional é


Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

2. INFORMAÇÕES GERAIS DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS ....................... 5

2.1. Região da FN Carajás ........................................................................................... 5

2.2. Acessos à FN Carajás ........................................................................................... 7

2.3. Origem do nome e histórico de criação da FN Carajás ....................................... 13

3. ANÁLISE DA REPRESENTATIVIDADE DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS 15

3.1. A FN Carajás no Contexto da Mineração ............................................................ 17

4. ASPECTOS HISTÓRICOS, CULTURAIS E SOCIOECONÔMICOS ......................... 20

4.1. Aspectos Culturais e Históricos ........................................................................... 20

4.2. Características da População Residente na FN Carajás .................................... 43

4.3. Situação Fundiária da FN Carajás ....................................................................... 53

4.4. Extrativismo Vegetal ............................................................................................ 56

4.5. Extrativismo Mineral ............................................................................................ 57

4.6. Alternativas de Desenvolvimento Econômico Sustentável .................................. 60

4.7. Potencialidades para o Uso Público e Turismo na FN Carajás ........................... 61

4.8. Legislação Pertinente .......................................................................................... 80

4.9. Instituições Locais com Potencial para Apoio Institucional ................................. 86

5. CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS QUE OCORREM

NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS ....................................................................... 87

5.1. Fatores Abióticos ................................................................................................. 87

5.2. Fatores Bióticos ................................................................................................. 111

6. CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES QUE OCORREM NA

FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS ........................................................................... 146

6.1. Atividades próprias para a categoria ................................................................. 146

6.2. Atividades conflitantes ....................................................................................... 171

6.3. Outras atividades ilegais .................................................................................... 173

7. ASPECTOS INSTITUCIONAIS DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS ........... 174

7.1. Pessoal .............................................................................................................. 174

7.2. Infraestrutura, equipamento e serviço ............................................................... 175

7.3. Representação da FN Carajás na região. ......................................................... 175

7.4. Conselho Consultivo .......................................................................................... 175

7.5. Sede da unidade de conservação ..................................................................... 175

7.6. Infraestruturas de apoio à mineração, localizadas dentro da UC ...................... 175

8. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ....................................................................... 178

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 183


Tipo de publicação
Outros
Local da publicação
Brasília, DF http://www.icmbio.gov.br/portal/pesquisa/seminarios-de-pesquisa
Nº da edição ou volume
Editora
ICMBIO / FLONA Carajás
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